Os últimos passageiros a afivelarem os cintos para a decolagem do Aeroporto de Chapecó estarão no Embraer ERJ-145 da Passaredo, que sai neste sábado, dia 21, às 15h30min, para Florianópolis.

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Da meia-noite até o dia 5 de julho, o termina ficará fechado para a reforma da pista.

Orçada em R$ 11,6 milhões, a obra é uma exigência da Agência Nacional da Aviação Civil (Anac). Desde 1º de abril, a agência restringiu as operações de voos comerciais a aeronaves com até 72 lugares.

O fechamento da Aeroporto de Chapecó interrompe um crescimento que coincide com o boom da aviação regional no país. Entre 2007 e o ano passado, o movimento de passageiros no terminal avançou 290%, chegando a 23 mil passageiros por mês e oito voos diários.

Gol e Azul decidiram suspender as operações na região neste período de 75 dias. Outros empresas buscaram alternativas, mas as distâncias são um grande empecilho. Os passageiros da Avianca são levados pela companhia para o Aeroporto de Passo Fundo (RS), a 180 quilômetros de Chapecó. Uma passagem para São Paulo na próxima semana, custava, ontem, entre R$ 495 a R$ 995 por trecho. A NHT vai operar em Concórdia, distante 90 quilômetros, com bilhetes para Curitiba a R$ 548. A Trip transferiu o voo de Chapecó para Foz do Iguaçu. E empresas de transporte levam cargas com van até Florianópolis, para depois fazer o embarque aéreo. Em alguns trajetos, o material chega com atraso de até um dia.

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Os impactos na economia local não serão pequenos.

– São pelo menos 500 pessoas por dia a menos circulando na cidade – afirma o presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Chapecó, Gilberto Badalotti.

A presidente do Convention e Visitor Bureau de Chapecó e Região, Miriam Felippi, estima em 30% a redução no movimento em hotéis, bares e restaurantes. Muitas feiras e eventos tiveram datas alteradas por conta do fechamento. A Mercoláctea, feira do setor leiteiro, por exemplo, foi transferida de maio para novembro.

O engenheiro civil da empresa Planaterra, responsável pela obra, Jairo Lammel, disse, ontem, que o prazo de 75 dias deve ser suficiente, a menos que ocorra muita chuva e frio.

No domingo, 22, as máquinas e trabalhadores entram na pista. O prefeito José Cláudio Caramori informou que a obra será bancada com R$ 9 milhões do governo do Estado e o restante vindo dos cofres municipais.

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