O governador Raimundo Colombo se reuniu, na tarde desta quinta-feira, com representantes de entidades empresariais de Joinville e afirmou que o Estado vai reforçar o trabalho e “trazer mais elementos de inteligência para fortalecer a investigação policial” realizada na cidade. Também garantiu que os soldados atualmente em formação serão incorporados ao efetivo. O número de profissionais encaminhados a Joinville e região ainda não foi revelado, mas Colombo disse que será o suficiente.
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O governador esteve na cidade para inaugurar obras e discutir a questão da segurança. Um grupo formado por representantes da Acij, CDL, Ajorpeme e Acomac queria avançar em datas, investimentos e estratégias emergenciais para atacar os pontos mais críticos da segurança, especialmente em relação ao número de homicídios, furtos e roubos ao comércio, além, é claro, da falta de efetivo policial. Colombo e a cúpula da segurança pública de SC apresentaram, durante a reunião, os trabalhos que estão sendo realizados na cidade e destacaram a importância de dar continuidade às ações que já dão resultado.
– O trabalho de inteligência feito até agora apresentou excelentes resultados. No caso de Joinville, esse é o trabalho mais importante. O que precisamos ter agora é uma colaboração entre os poderes porque tem pessoas que foram presas 54 vezes e hoje estão soltas – explicou o governador, que prometeu divulgar ao Judiciário os estudos da Secretaria de Segurança Pública que mostram a realidade que passa o Estado.
O secretário de Segurança Pública, César Grubba, afirmou que o diretor de inteligência do Estado esteve na cidade nesta semana para se reunir com o Ministério Público e o Judiciário para intensificar a parceria. Grubba destacou que neste semestre foram apreendidas na cidade mais de uma tonelada e meia de drogas, 165 armas de fogo e foram presos mais de 1,8 mil pessoas.
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O secretário disse também que 80% dos criminosos detidos respondem processo em liberdade e que Joinville tem hoje “apenas” cinco homicídios a mais do que o mesmo período do ano passado – pelo levantamento do jornal “A Notícia“, já ocorreram 82 mortes violentas neste ano.
“Pior não fica, a tendência é melhorar”, diz Moacir Thomazi
O presidente da Associação Empresarial de Joinville (Acij), Moacir Thomazi, saiu otimista da reunião com Raimundo Colombo e a equipe de segurança do Estado. Ele sentiu que há uma vontade grande do governador em melhorar a situação na cidade, mas entende que há limitações para que isso aconteça. No entanto, Thomazi não acredita que qualquer medida tomada neste momento possa ter um resultado imediato.
– São medidas com soluções em médio prazo, mas o importante é que elas comecem. Há o aumento de efetivo que deve acontecer, claro que não na velocidade desejável, e algumas ações estratégicas de inteligência. As entidades se colocaram à disposição e o governo também. Acho que pior não fica, a tendência é melhorar – afirmou.
Assim como a cúpula de segurança, Thomazi também salientou que há problemas estruturais, na Legislação, que atrapalham na redução da criminalidade. O empresário defende que precisa haver uma mudança nas leis para que um criminoso não seja preso várias vezes pelo mesmo delito e continue na rua respondendo em liberdade.
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O presidente da Acij contou que as entidades se comprometeram a trabalhar junto aos senadores e deputados federais catarinenses para tentar buscar soluções nesse sentido.
– Vamos fazer contato também com o Poder Judiciário, mas a questão é da legislação. Tem que melhorar e mudar um pouco para que permita ao juiz manter o cara mais tempo preso – defendeu.
Thomazi reconhece que a reincidência dos crimes não é um problema que acontece apenas em Joinville, mas que se repete em outras cidades. Ele ressalta que a polícia faz bem o seu trabalho ao efetuar a prisão e, em alguns casos, até se expõe e coloca em risco o policial, mas no dia seguinte, o criminoso está novamente na rua praticando o mesmo delito.