Depois de negociar um encontro por quase três meses, líderes empresariais de Joinville terão a oportunidade de colocar sobre a mesa do governador Raimundo Colombo uma pauta com pelo menos quatro pontos para a área de segurança pública de Joinville. O encontro está marcado para o próximo dia 15. De um lado, o próprio governador e a cúpula da segurança no Estado. De outro, líderes empresariais e deputados estaduais eleitos por Joinville. O objetivo é avançar em datas, investimentos e estratégias emergenciais para atacar os pontos.
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A pauta tem pelo menos dois pontos antigos: mais efetivo para as polícias Civil e Militar em Joinville e a instalação de um bloqueador de sinal de celular e um scanner corporal para o controle do acesso no Presídio Regional de Joinville. Mas há pelo menos três reivindicações novas: a atuação mais efetiva da polícia para prevenir os furtos e roubos ao comércio, a renovação do convênio de fiscalização do trânsito entre o governo do Estado e a Prefeitura e a reativação da Delegacia de Trânsito, desativada para dar lugar à Delegacia de Homicídios.
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O encontro deve ocorrer pouco mais de sete meses depois do lançamento de uma estratégia para reduzir o número de homicídios na cidade. Depois da troca do comando da Polícia Civil, no fim de 2015, o governador Raimundo Colombo veio no começo de fevereiro a Joinville para lançar uma série de ações. Em pouco mais de um mês, foram presos 170 autores de crimes em 140 procedimentos policiais instaurados. No mesmo período, foram realizados 95 autos de prisão em flagrante e cumpridos 28 mandados de prisão. Das prisões efetuadas, 16 pessoas estavam diretamente ligadas a facções criminosas.
– Nós temos, nesse primeiro momento, cinco pontos. O efetivo, os equipamentos para o presídio, o convênio do trânsito e uma operação padrão em relação ao comércio são fundamentais. Não estamos lutando pela minha segurança ou a segurança só dos empresários. É a segurança de todos nós, dos nossos entes queridos – diz o presidente da CDL, Frederico Cardoso dos Santos, que tem liderado as discussões em uma câmara que reúne também Acij, Acomac e Ajorpeme.
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Polícia também estuda pauta
O secretário de Estado da Segurança Pública, César Augusto Grubba, coordenou reunião na tarde de ontem com os comandos das polícias Militar e Civil de Joinville. O encontro serviu para definir a pauta a ser apresentada na reunião marcada o dia 15, em Joinville, com a presença do governador Raimundo Colombo e as entidades empresariais.
As ações definidas só serão apresentadas durante a reunião no Norte do Estado. A Polícia Militar ressaltou que só este ano, desde janeiro, foram detidas 1.650 pessoas e soltas pela justiça 1.320.
Participaram da reunião o comandante Geral da Polícia Militar, coronel Paulo Henrique Hemm; coronel Amarildo de Assis Alves, comandante da 5ª Região Policial Militar; tenente-coronel Hélio César Puttkammer, do 17º BPM; tenente-coronel Jofrey Santos da Silva, do 8º BPM; delegado geral da Polícia Civil, Artur Nitz; delegado Akira Sato, titular da Delegacia Regional de Joinville; e o delegado Adolpho Fleury Castilhos, da Divisão de Investigação Criminal (DIC).
Os principais pontos a serem apresentados por Joinville ao governo de SC
Força-tarefa contra furtos e roubos ao comércio
Para os empresários, houve um avanço significativo em 2016 no número de assaltos, furtos, roubos e arrombamentos de estabelecimentos comerciais, principalmente no Centro de Joinville. O Estado garante que o problema está sob controle, mas não fala em números.
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Mais efetivo para a PM e a Polícia Civil
O déficit é reconhecido pelo governo do Estado. O próprio governador considera que a solução para este problema só pode ser pensada em longo prazo. O número de contratações nos últimos anos não tem acompanhado o número de aposentadorias. Entre as medidas adotadas está o chamado de policiais aposentados para cumprir jornadas administrativas, liberando policiais da ativa para atuar nas ruas. As entidades de Joinville consideram que seriam necessários pelo menos mais 900 policiais (600 para a PM e 350 para a Civil).
Investimentos no Presídio Regional de Joinville
Há dois pedidos. A instalação imediata de um scanner corporal para a revista de quem entra e sai da instituição _ um investimento de cerca de R$ 400 mil _ e um bloqueador de sinal de celular, para evitar a comunicação dos presos com o mundo exterior. A licitação chegou a ser anunciada, mas não saiu do papel.
Renovação do convênio de fiscalização do trânsito
O convênio encerrado em junho é um impasse que envolve, basicamente, a divisão dos recursos provenientes das multas de trânsito. O governo do Estado diz que sem o dinheiro do convênio _ estaria em algo próximo de R$ 1,1 milhão _, viaturas que poderiam estar nas ruas fazendo policiamento estão paradas nos pátios dos quarteis. Os empresários exigem um acordo que possa ser colocado em prática a partir de agora, nos mesmos termos do começo do ano. E que, no futuro, o convênio possa ser revisto ponto a ponto.
Outros pontos
A reativação da delegacia de Trânsito é um dos pontos que devem ser levados para a mesa mesmo fora da pauta original. Nas últimas semanas, o Judiciário e o Ministério Público se manifestaram favoráveis à reativação. A continuação da instalação de câmeras de segurança e o uso integrado de sistemas públicos e particulares, proposto pela Ajorpeme, é outro ponto que deve ser conversado no encontro.
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