As fábulas do médico e do funcionário da UTI que pediam dinheiro a familiares de pacientes por meio de ligações telefônicas levaram o Hospital Municipal São José a prestar esclarecimentos em coletiva de imprensa nesta segunda-feira, em Joinville.
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Com informações privilegiadas, os criminosos enredavam pessoas. A história bem contada fez com que uma das seis vítimas depositasse o dinheiro na conta informada pelo suposto funcionário. Uma sindicância será aberta pelo hospital para apurar o vazamento de informações.
As quatro primeiras ligações foram recebidas no dia 5 de agosto. Um homem que se identificou como médico do Hospital Nossa Senhora da Graça, em São Francisco do Sul telefonou para uma enfermeira do São José. A lábia e informações do médico farsante fez com que a enfermeira passasse informações sobre quatro pacientes. O pretexto do criminoso era transferir para São Francisco as quatro pessoas que aguardavam cirurgia ortopédica.
A funcionária consultou um médico do São José que também trabalha no Nossa Senhora, confirmou que lá se realiza esse tipo de procedimento e passou as informações dos pacientes para que fosse efetuada a transferência.
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O farsante ligou para os familiares no mesmo dia. A própria enfermeira entrou em contato com eles, evitando que qualquer pagamento indevido fosse feito. Conforme explicou o diretor presidente do Hospital São José, Carlos Alexandre da Silva, e a transferência de pacientes entre hospitais é comum.
Para isso, existe uma Central de Regulação, que exige que o paciente seja considerado pronto para o procedimento, que haja disponibilidade no hospital que o receberá, que o SAMU possa fazer o transporta e que a família permita a transferência.
Na segunda tentativa de golpe, em 6 de outubro, o enredo mudou. Novamente um homem entrou em contato, mas, dessa vez, diretamente com a família de dois pacientes internados na UTI. Ele se identificou como “funcionário da UTI geral da unidade”. Na fábula criada pelo criminoso, os pacientes precisariam fazer exames naquele mesmo dia. O valor seria de R$ 1 mil . Um deles caiu na conversa, o outro buscou esclarecimentos no São José.
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– O Hospital São José é 100% SUS, não cobra nada pelos pacientes que atende – garantiu o diretor, que reforçou – Pacientes e familiares não podem pagar em momento algum.
A relação entre os golpes realizados com intervalo de dois meses está sendo investigada. O hospital registrou uma queixa crime na Central de Polícia. Carlos orienta que seja feito Boletim de Ocorrência caso sejam recebidas ligações com cobranças em nome do São José. Tanto o médico quanto o funcionário farsantes usaram nomes não revelados pelo hospital.
A conta em que foi realizado o depósito pode contribuir para as investigações, que acontecerão também internamente, em sindicância para apurar o vazamento de informações na segunda edição do golpe.
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