A frase da faixa colocada em frente ao portão da Escola Básica Municipal Margarida Freygang reflete o pensamento da comunidade da Nova Rússia a respeito do fechamento da unidade de ensino, anunciado há um mês pela Secretaria de Educação de Blumenau, e que pegou de surpresa pais e parentes de 16 alunos matriculados ali.
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Gerações impactadas pela notícia se reuniram na manhã de sábado para discutir sobre o assunto e desabafar sobre a medida, que segundo eles é equivocada e precisa ser revertida. Avôs, pais, mães, filhas e filhos marcaram presença, protestaram e compartilharam memórias vividas na estrutura de madeira que hoje está pintada de azul claro e ainda mantém o verde jardim aos fundos e lado do prédio simples.
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— As melhores lembranças da infância e da escola que tenho são daqui. Estudei aqui até o terceiro ano do Ensino Fundamental, tive a minha base nesta escola. Toda a minha família estudou aqui e o ensino é ótimo, tanto que inspirou muitas pessoas da minha família a seguirem a área da Educação — comenta Ana Karina Leite, 29 anos, formada e pós-graduada em Gestão Ambiental.
A sobrinha, a irmã, as primas e até mesmo o avô de Ana passaram pela unidade e estavam presentes no encontro que além dos depoimentos reuniu soluções para que a escola continue em funcionamento.
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— Queremos explicações, não concordamos com o fechamento Estamos aqui porque vamos lutar para manter a escola aberta. Conseguimos matricular mais alunos, caso tenha 5º ao 8º ano, outros alunos podem ser transferidos para cá, se a justificativa é que temos poucas crianças matriculadas aqui — comenta o presidente da Associação de Pais e Professores (APP) da Margarida Freygang, Emerson Rautenberg, ao lamentar a ausência de representantes da Secretaria de Educação de Blumenau na discussão que começou às 9h de sábado.
— Eles querem é reduzir gastos, mas edução não é despesa — protesta Joice Daiana Leite, prima de Ana que também estudou no local.
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Além da comunidade representantes partidários e vereadores estiveram presentes e prometeram tomar medidas para atender ao pedido da comunidade ao fazer um intermédio entre eles e a secretaria de Educação.
—Vamos lutar para não fechar a escola, podemos propor alternativas, conversar com a comunidade e com a secretaria de Educação — conclui o presidente da AAP da escola ao agradecer o apoio de todos.
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Relembro o caso
Em 28 de agosto, a Secretaria de Educação informou aos pais e responsáveis dos alunos da Escola de Educação Básica Margarida Freygang, hoje com 16 alunos – sete no pré-escolar 2 e 3 e outros nove entre o 1º e 4º ano do ensino fundamental, seria desativada em 2018. A secretária Patrícia Lueders argumentou que dois motivos levaram à decisão de fechamento. Um deles seria o desejo de ampliar o currículo dos alunos. Hoje a instituição só funciona pela manhã e os alunos estudam em uma turma multisseriada.
Na escola municipal Pedo II, para onde os estudantes serão transferidos, eles teriam benefícios extras como biblioteca, sala multifuncional, fanfarra, atividades no contraturno e turmas de acordo com a série que frequentam. O segundo motivo para a decisão de fechar a escola a partir de 2018 é econômico. A Semudes garante que por causa dessa estrutura e do baixo número de alunos o custo mensal de um aluno na Margarida Freygang seria de R$ 3.316,45, enquanto nas unidades municipais com mais alunos é cinco vezes menor, de R$ 658,79.