Pais e filhos, meninos e meninas se reuniram no Devassa on Stage para o show da turnê Legião Urbana XXX Anos, que passou por Florianópolis na noite de sábado. Alguns matavam as saudades e relembravam a adolescência, outros, mais jovens, empolgavam-se em uma espécie de saudosismo por uma época que não viveram. Todos em uma oportunidade rara de ver a banda ícone de uma geração tocar, mesmo que não totalmente reunida, de novo.

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Dado Villa-Lobos relembra o passado e fala sobre a turnê Legião Urbana XXX Anos

Legião Urbana faz show de 30 anos em Tubarão como se ainda fosse tão jovem

Enquanto aguardávamos o credenciamento de imprensa, uma pequena fila que se formava chamou a nossa atenção – eram menores de idade acompanhados de pais e responsáveis aguardando autorização para poderem entrar. Os gêmeos Enzo e Arthur Mezzomo Dória, de 14 anos, estavam com dos tios Márcio Jahns e Márcia Mezzomo e começaram a escutar Legião junto com a família.

— Eu também comecei a ouvir na idade deles. Eles estavam tocando na época. Sempre curti muito as letras e me arrependo de não ter ido em um show que teve quando eu morava em Porto Alegre — conta Márcio.

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— Na adolescência, eu e minhas amigas saíamos pela rua cantando “nem foi tempo perdido”. Ouvi muito na época que eles foram lançados e segui ouvindo.

Hoje, a gente canta mais nas rodas de viola — completa Márcia.

Os jovens que acompanhavam seus pais os culpavam, de fato, por tudo. Carlos Alberto de Abreu levou as filhas Carina e Simone, de 25 e 15 anos, além dos genros, cunhada e sobrinha. Primeiro, ele influenciou a mais velha, e depois ela também passou a paixão pela banda para a irmã mais nova.

— Um foi passando pro outro, geração por geração. Desde pequena, o pai e a mãe escutam. Gosto muito de Metal Contra as Nuvens, eu amo essa música — diz Carina.

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— Foi um show muito esperado, principalmente pra mim. Não tinha como perder essa turnê. Antigamente a gente tinha um grupo de amigos e em cada fim de semana a gente escutava Legião na casa de um. Não tem como não se apaixonar pelas letras, cada som tem um sentido, uma história. Tenho várias músicas preferidas, mas é Metal Contra as Nuvens também — revela o pai.

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— Ah, invejoso! — reclamou Carina, brincando.

As letras sensíveis das músicas da banda também fazem parte da história de casais, que acompanharam as mais românticas aos beijos e abraços. Os estudantes Mayara Martins e Victor Ventura, de 20 e 21 anos, se conheceram no cursinho. Segundo ele, ela só se aproximou porque ele estava com uma camiseta da Legião Urbana. Eles eram um dos mais animados com o show.

— Muito, muito, muito empolgados. A gente nunca foi no show da Legião né, só em cover. Ver o Dado e Marcelo é uma emoção — suspira Mayara.

— A gente até começou a ter mais afinidade por causa da banda — confessa Rodrigo. A música que embala o amor do casal? “Tempo Perdido!”

Carla e Fernando Sagaz também estavam assistindo ao show da banda pela primeira vez juntos – ele até chegou a ver o Renato Russo ao vivo, mas sozinho.

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— Fiquei fã quando comecei a namorar ele, com 17 anos. As histórias começaram a se encaixar, fui prestando mais atenção nas músicas, nas letras. Não tem uma letra que a gente não conheça. A expectativa é máxima. É uma banda ícone da nossa época, tudo de bom pra nós. Independente do Renato, a Legião é pra sempre. Andrea Doria é a nossa música, mas amo também Índios — revela Carla.

Cada um tinha uma história especial com a banda que faz seus fãs se sentirem tão jovens e curtirem como se não houvesse amanhã. Flávia Guimarães estava com a amiga Juliana Santos, que conheceu justamente em um show de um grupo que toca rock nacional dos anos 80, incluindo, é claro, Legião Urbana.

— Eles vieram comigo desde a adolescência e as músicas continuaram fazendo sentido em fases diferentes da minha vida. A minha expectativa é a melhor possível, só tô tentando abstrair aquela coisa de querer ouvir a voz do Renato. Acho que por toda a história da banda, ela pode ser completa sem ele — acredita Flávia.