Com um estilo paizão, Geninho chegou à Ressacada na parada para a Copa do Mundo em 2014 para evitar que o Avaí fosse rebaixado à Série C do Campeonato Brasileiro. Mas depois de uma sequência de doze jogos invictos essa meta foi superada e a esperança do acesso surgiu e se realizou. Agora, não é exagero afirmar que a confiança do torcedor na volta do bom desempenho no Estadual reside na figura do professor Eugênio Machado Souto. O currículo ajuda: em 30 anos como treinador, quatro campeonatos estaduais e um Brasileirão foram conquistados.

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Aos 66 anos e cabelos brancos, Geninho traz a experiência necessária ao Leão e uma característica importante no futebol: a vontade de vencer e a motivação aos jogadores. Apesar da fala mansa, o comandante está bem consciente que neste ano o trabalho será grande para o Leão. Passando por uma forte reformulação, o elenco tem dificuldades para se encaixar e para o treinador esse será o maior problema do clube no Estadual. O meio de campo experiente e a briga pela hegemonia com o Figueirense também estão na cabeça do treinador avaiano antes da estreia com o Joinville, no domingo.

DC: Qual é a vantagem de começar um trabalho no início da temporada ao invés de chegar na metade dela?

Geninho: É melhor. Quando você pega no meio da temporada, você pega invariavelmente o trabalho de alguém. O jogador vem cheio de mania, já acostumado a trabalhar de uma maneira. E você tem de ir trabalhando a equipe enquanto o campeonato está rolando. Mas no início da temporada que a gente teve aqui não foi muito diferente. A gente teve uma reformulação muito grande, saíram 15 e chegaram onze. Agora você tem que fazer o trabalho de achar um time, de encaixar esse time, de entrosar os jogadores. Quando você faz uma reformulação é tão difícil quanto você chegar no meio de uma temporada. O bom é quando você termina uma temporada e muda pouco o grupo.

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DC: Esse encaixe está longe acontecer?

Geninho: Longe não está, mas não vai acontecer de imediato, como para o jogo do Joinville. Vamos começar o Catarinense dentro de um entrosamento e um ritmo muito abaixo do que eu espero que esse time renda.

DC: Alguns jogadores que eram referência no ano passado, comoMarquinhos, Eduardo Costa, Antonio Carlos e Roberto, estarão suspensos ou lesionados. O time perde a referência dentro de campo?

Geninho: Eles todos eram jogadores que vinham em posição de destaque, como titulares. A não utilização deles te obriga a colocar três ou quatro jogadores novos, o que aumenta sua dificuldade de entrosamento, de encaixe. Mas nada de psicológico. Os jogadores não vão poder estar sempre em campo e é algo que eles têm que se acostumar.

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DC: O meio de campo avaiano está com atletas bem experientes. Essa média alta não preocupa a mobilidade e saída de jogo do Avaí?

Geninho: Ter uma média de 26, 27 não é ruim. É um setor onde a experiência pesa muito, é quase que como um cérebro do time. Ruim é se eu tivese uma média de 29, 30 anos.

DC: O Avaí e o Figueirense estão empatados com 16 títulos. A rivalidade já era grande antes, agora com essa luta pela hegemonia será ainda mais intensa?

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Geninho: Eu não acho que Avaí e Figueirense são favoritos para esse título. Algumas equipes estão se reforçando mais que nós. A Chapecoense se reforçou muito, Joinville foi campeão da Série B, Criciúma é uma potência. E até no interior eles têm se reforçado forte como o Inter, o Marcílio. Esse campeonato está equilibriado e realmente não acho que somos os favoritos.

DC: Qual será a maior dificuldade do Avaí nesse Estadual?

Geninho: Montar a nossa equipe. No Catariennse você joga seguido quarta e domingo. Vamos ter que montar a equipe dentro do campeonato, vindo de uma reformulação muito grande. Encaixar um time dentro do campeonato será a nossa maior dificuldade.

DC: Qual é o principal meta do Geninho neste ano para o Avaí?

Geninho: Eu sei que existe uma rivalidade muito grande em campeonatos regionais, principalmente quando existem duas equipes no mesmo centro. Então é claro que você não pode entrar em um campeonato só para participar, tem que ir buscando o título do estadual. Mas eu acho que o grande objetivo do Avaí neste ano é a manutenção do clube na Séria A.

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DC: Na primeira fase do Estadual, o Avaí jogará três clássicos em casa (contra Chapecoense, Criciúma e Figueirense). Isso é uma vantagem?

Geninho: Eu gosto de jogar em casa, apesar de isso não te trazer favoritismo. As coisas estão muito equilibradas neste Catarinense. Temos muitos clubes brigando mesmo por um título. Jogar em casa é jogar com a torcida. Se não tiver a torcida do lado, não ajuda jogar em casa. Se ela estiver te apertando, é melhor jogar fora. Mas acho que a torcida do Avaí esse ano está bem motivada, bem mais do que ano passado, quando tinha visto a chance de subir e não foi. Agora ela tem que se comportar como uma torcida de Série A porque a caminhada vai ser longa.

DC: O que seria uma torcida da Série A?

Geninho: Ela tem que ter presença. Tem que ter a consciência de ir para ajudar. Ano passado a torcida do Avaí jogou muito junto. Nós tivemos uns jogos aquém na Ressacada, ela ficou do nosso lado. O comportamento que eu quero é o mesmo do ano passado. Mas quero Série A em número. Tínhamos uma média de 3 mil no ano passado e temos torcida para ter bem mais do que isso.

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