Uma garçonete do hotel onde estava hospedado foi a única pessoa com a qual um dos líderes do grupo Black Blocs, Leonardo Aguiar Morelli, 53 anos, teve contato nos dois dias em que ficou em Florianópolis.

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O corpo de Morelli foi encontrado no quarto do hotel, no último dia 16. A funcionária não é considerada suspeita pela Polícia Civil de SC. Ela levou um lanche, logo depois das 19h de sábado, dia 14, a pedido do hóspede.

Leonardo Morelli não recebeu visitas entre a hora que fez check-in no Hotel Intercity, no Centro da Capital, ao meio-dia de sábado, e a tarde de segunda, quando funcionários do hotel encontraram seu corpo. A informação é do delegado da 1a DP da Capital e responsável pelo inquérito, Antônio Seixas Jóca com base em imagens do circuito interno.

Jóca disse que no depoimento, o gerente informou que Morelli não saiu do quarto em momento algum. Por esses elementos e com base no atestado de óbito que aponta morte natural, a Polícia Civil de SC praticamente descartou qualquer outro motivo para explicar a morte de Morelli.

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A causa natural será confirmada pela polícia assim que a médica patologista do Serviço de Verificação de Óbito (SVO) formalizar o atestado no inquérito. O resultado da necropsia feita no corpo de Morelli pela SVO apontou problemas cardíacos. Conforme sua família, Morelli tinha um tumor na cabeça há mais de cinco anos e estava em tratamento.

O depoimento da médica, do irmão de Morelli (por carta precatória) e dos policiais que atenderam a ocorrência serão tomados nos próximos dias.

O diretor da Polícia Civil na Grande Florianópolis, delegado Ilson Silva, vai enviar o inquérito à Corregedoria da Polícia Civil para que o órgão apure eventuais responsabilidades dos policiais que não solicitaram perícia no quarto nem necrópsia no corpo por parte do Instituto Médico Legal (IML), que apura mortes por causas externas.

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A falta desses procedimentos, caso a SVO não tivesse atestado morte natural, poderia comprometer uma investigação, principalmente porque o corpo de Morelli foi cremado.

Assim que for concluído, o inquérito segue para a Corregedoria e para a Justiça. O Ministério Público pode pedir o arquivamento ou a continuidade da investigação.

A Polícia Civil não vai ouvir representantes das empresas catarinenses Schulz e Tupy, denunciadas por Leonardo Morelli por supostas contaminações ambientais. Morelli, que também era secretário-geral da ONG Defensoria Social, estava brigando na Justiça com uma das empresas. Três meses antes de morrer, ele deixou com um amigo de Joinville uma carta para que fosse publicada caso ele morresse.

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Principal alvo das acusações de Morelli, a Tupy divulgou que segue padrões e determinações de órgãos ambientais competentes. O departamento de comunicação da Schulz disse que segue todas as leis ambientais.