O corpo de Leonardo Morelli, 53 anos, um dos líderes do grupo Black Blocs, não passou por necropsia do Instituto Médico Legal (IML) e o quarto em que estava, no hotel Intercity, no Centro de Florianópolis, também não foi periciado.
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Essas são duas principais razões pelas quais houve a abertura de um inquérito policial na 1ª Delegacia de Polícia da Capital, na tarde desta quinta-feira.
O diretor da Polícia Civil na Grande Florianópolis, delegado Ilson Silva, considerou estranha a ausência desses procedimentos, ainda mais pelo fato de o corpo ter sido encontrado em um quarto de hotel.
Na segunda-feira (16), dia em que funcionários do hotel descobriram a morte, os policiais que foram ao local não encontraram sinais de violência externa no corpo e por isso acionaram o Serviço de Verificação de Óbito (SVO) – quando os indícios são de morte natural – ao invés do IML, este sim que apura mortes por causas externas.
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No SVO, ligado à Secretaria de Estado da Saúde, o corpo também passa por necropsia, mas nesse caso não é feito exame por exemplo se houve envenenamento.
No SVO, a necropsia é feita por médico patologista que verifica qual a doença causadora da morte. A necropsia do IML, órgão da Secretaria de Segurança Pública, é realizada por médico legista e aponta as causas externas que a originaram.
Problemas cardíacos como causa
O resultado da necropsia feita no corpo de Morelli pela SVO apontou problemas cardíacos, diagnosticados em três itens: cardiopatia dilatada, esteatose hepática e congestão pulmonar.
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Como o corpo foi cremado e não haverá possibilidade de nova necropsia, resta à polícia ouvir as pessoas que o localizaram, como funcionários do hotel, familiares e policiais.
– O caso é nebuloso – declarou ao DC na tarde desta quinta-feira o delegado da 1ª DP, Antônio Seixas Joca.
A investigação policial vai se ater à morte. Ainda não há informações de abertura de procedimento interno na Polícia Civil para apurar se houve ou não falha dos policiais no atendimento do caso – essa tarefa caberia à corregedoria da instituição.
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Nos bastidores, especula-se que a equipe que foi ao hotel não sabia que se tratava de Morelli. O líder do grupo Black Blocs era considerado polêmico e se dizia ameaçado, o que justificaria eventual necropsia pelo IML e perícia no hotel mesmo sem vestígios de morte violenta.