Funcionários da Metalúrgica Duque, de Joinville, rejeitaram, em assembleia realizada na tarde desta terça-feira, uma nova proposta da empresa para o pagamento de salários atrasados. Os trabalhadores estão sem receber desde novembro. Metade do 13º salário também não foi depositada. Além disso, a companhia não acertou a rescisão de funcionários demitidos em outubro e tem pendências relacionadas ao FGTS, alegam os profissionais.

Continua depois da publicidade

A reunião ocorreu um dia depois de funcionários que começariam o turno de trabalho se surpreenderem ao encontrar a empresa com os portões fechados.

Depois de quase duas horas de reunião com representantes dos funcionários e do Sindicato dos Mecânicos (Sindimecânicos), a empresa propôs acertar o pagamento dos salários de novembro até o dia 31 deste mês e os vencimentos de dezembro e metade do restante do 13º até o fim de fevereiro. A proposta foi negada pelos trabalhadores, que exigem o pagamento imediato ou o acerto das demissões.

Um novo encontro entre os trabalhadores está marcado para esta sexta-feira, às 14 horas, em frente à portaria da companhia. Até lá, o Sindimecânicos espera por uma contra-proposta da Duque. A entidade vai disponibilizar assessoria jurídica para os funcionários que quiserem rescindir seus contratos na Justiça.

Continua depois da publicidade

Situação complicada

A Duque passa por uma difícil situação financeira, agravada nos últimos seis meses. Nesta segunda-feira, funcionários do turno da madrugada que chegaram para trabalhar encontraram os portões da empresa trancados com correntes. No mesmo dia, pela tarde, a energia elétrica da fábrica foi cortada por falta de pagamento.

Antes da reunião desta terça-feira, havia a expectativa de que a Duque anunciasse demissões, o que acabou não acontecendo. A empresa não se manifestou após o encontro. O presidente do Sindmecânicos, Evangelista dos Santos, disse que a diretoria da metalúrgica garantiu que está tentando contornar a situação e que pretende reativar a produção em janeiro. Caso as atividades não sejam retomadas, pode haver até 200 novas demissões, de maneira gradativa, até o fim de fevereiro. Atualmente, a Duque tem em torno de 690 funcionários.