Os trabalhadores da Nossa Senhora da Glória que haviam paralisado o serviço de transporte coletivo sexta-feira nas linhas administradas pela empresa em Blumenau retomam o serviço a partir deste sábado.
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Em assembleia no fim da tarde de sexta na sede da empresa, na Rua 2 de Setembro, os motoristas e cobradores aceitaram a proposta do Sindicato dos Empregados das Empresas Permissionárias do Transporte Coletivo Urbano de Blumenau e Gaspar (Sindetranscol) de retornar ao trabalho sábado e, no mesmo dia, iniciar o estado de greve. A outra proposta colocada em votação era a de continuar com a paralisação, mas teve pouca adesão.
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Após 72 horas, se a situação dos salários não for resolvida, os funcionários da Glória – empresa responsável por 76% dos ônibus na cidade – entram em greve por tempo indeterminado a partir da 0h de quarta-feira. De acordo com a assessoria de imprensa do Sindetranscol, o último dia que a empresa tinha para pagar os funcionários foi quinta-feira, e muitos trabalhadores não receberam o salário ou receberam pela metade.
– Todos os funcionários têm de receber até terça-feira, senão é greve. Se continuar deste jeito, a gente teme que no próximo mês a situação piore, porque vai acumular os salários atrasados – afirma o presidente do Sindetranscol, Ari Germer.
O presidente do Consórcio Siga (que reúne as três empresas que operam em Blumenau), Valdeci Roza, disse, na sexta-feira à noite, que ainda não havia sido informado da decisão dos funcionários. Afirmou que no início da próxima semana deve se reunir com os integrantes do consórcio para poder se posicionar.
– Cada empresa tem o seu papel. O problema está lá, e a Glória tem de tomar providências. Isso prejudica a comunidade. Mas o consórcio, de modo geral, continua trabalhando normalmente – diz Roza.
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O presidente do Seterb, Erivaldo Caetano Júnior, o Vadinho, afirmou que o órgão vai continuar os estudos que tem feito para avaliar quais são as possibilidades aplicáveis ao consórcio e à empresa Nossa Senhora da Glória:
– Não existe uma solução milagrosa que reverta essa situação de uma hora para outra. A legislação prevê uma série de ações, como notificação, multa, mas estamos analisando tudo.
Segundo Vadinho, dependendo do resultado da análise que está sendo feita, pode ocorrer a caducidade ou a interrupção do contrato e até uma licitação emergencial, mas o prazo para a conclusão dos estudos é de 180 dias. Após as notificações, o Consórcio Siga tem prazos para apresentar as defesas.
O Seterb também não calculou o valor da nova multa que deve ser aplicada ao consórcio. Vadinho explica que o cálculo é feito sobre o período em que os ônibus ficaram parados e estima que chegue a cerca de R$ 1 milhão, mas ressalta que este valor não é oficial.
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Pela interrupção do serviço no começo de julho, a empresa foi notificada da multa de cerca de R$ 148 mil há duas semanas. Segundo o assessor jurídico do Seterb, Caio Marcelo Silveira, a empresa está dentro do prazo de 30 dias para recorrer.