Cerca de 40 funcionários que atuam na construção de um túnel no Morro do Vieira, estrutura que faz parte da duplicação da BR-280 em Jaraguá do Sul, paralisaram as obras nesta segunda-feira. Eles reivindicam melhorias nas condições de trabalho e afirmam que só retomarão as obras quando a empresa responsável pelo trecho, a Cetenco Engenharia S/A, atender aos pedidos. Uma reunião está marcada para esta terça-feira, às 15 horas, entre os funcionários, a empresa e o sindicato que representa a categoria, na qual a Cetenco deve apresentar contrapropostas.
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Segundo os funcionários, que não quiseram se identificar, são quatro os pontos principais de insatisfação. O primeiro deles, que resultou na paralisação, é a alimentação. Um restaurante fornece marmitas para os trabalhadores, porém os alimentos chegam muitas horas antes das refeições. No domingo, a comida teria chegado estragada até os trabalhadores, que ficaram sem comer.
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O segundo ponto é o alojamento que abriga cerca de 40 trabalhadores, localizado no bairro Santa Luzia. Os quartos ficam no segundo andar de um galpão e apenas quatro banheiros são divididos entre todos os moradores do local. O barulho constante é outra reclamação, já que no primeiro andar funciona uma oficina que fabrica as peças e estruturas de sustento da construção do túnel e ao lado do alojamento fica uma fábrica.
Todos os funcionários do túnel são da Bahia e vieram para cá especialmente para a obra. Eles afirmam que a empresa teria combinado uma folga mais longa a cada três meses para que familiares pudessem ser visitados, mas na prática, dizem, não há liberação para as viagens. Além disso, o adicional de 30% de periculosidade não estaria sendo pago.
O diretor do Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias da Construção Pesada e Afins (Sintrapav-SC) Giuliano Fae, que esteve com os operários na tarde de ontem, confirma as situações. Ele atenta, porém, que a empresa não apresentou um documento que comprovaria a realização de uma perícia para determinar a periculosidade ou não do serviço. A perícia já foi solicitada. Ainda foi pedido convênio de saúde e foi questionado quanto às horas extras dos trabalhadores. Quanto ao alojamento, Giuliano confirma as más condições do local.
– Está péssimo. O local excede a capacidade, há quartos sem janela, não há saída de incêndio _ relata.
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Junto ao diretor do sindicato, os funcionários redigiram uma lista de reivindicações, que já foi enviada aos coordenadores da Cetenco. O Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) ainda não foi notificado pelo Sindicato, que irá aguardar uma possível resolução do problema na reunião desta terça-feira. Procurada, a empresa afirmou que não irá se manifestar e que apenas o DNIT poderia falar sobre as situações da obra.
A assessoria de imprensa do DNIT afirmou que não tem conhecimento da situação, porém que as condições necessárias aos trabalhadores está firmada em contrato com a empresa. Caso haja descumprimento, poderá haver interferência do órgão.