A fuga do ex-diretor do Banco do Brasil Henrique Pizzolato, condenado a 12 anos e 7 meses de prisão pelo envolvimento no Mensalão, foi recebida com tristeza por familiares que vivem na pequena cidade de Concórdia, localizada a 433 quilômetros de Florianópolis. O executivo de 61 anos nasceu na cidade com cerca de 70 mil habitantes no Oeste de Santa Catarina, onde ainda mora o pai Pedro Pizzolato e alguns parentes não tão próximos, como primos.

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A informação de que Henrique Pizzolato estaria na Itália chegou no sábado, através do advogado Marthius Sávio Cavalcante Lobato, que abandonou o caso após passar os detalhes à Polícia Federal.

Em entrevista a Folha de S.Paulo no sábado, o pai do executivo disse estar deprimido com a situação do filho, mas garantiu que não sabe onde encontrá-lo e que os dois não conversam há pelo menos três meses. O aposentado contou ainda que “está muito triste com tudo que está acontecendo” e que torce para que “tudo acabe bem”.

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Neste domingo, segundo relatos de vizinhos, o aposentado teria ido para um sítio afastado da cidade para fugir do assédio da imprensa. O caseiro da chácara informou que Pedro Pizzolato não estava no local. Com 85 anos, o pai do ex-diretor do BB está com a saúde debilitada, é viúvo e tem uma companheira, que também não foi localizada.

Uma prima, que pediu para não ter o nome divulgado, informou que Henrique Pizzolato estava na Itália antes mesmo de o processo do Mensalão entrar na pauta do Supremo Tribunal Federal. Disse ainda que não vê o primo com frequência, mas conta que todos cresceram juntos em Concórdia. Henrique Pizzolato mudou-se para São Leopoldo para estudar Arquitetura e Urbanismo.

O executivo tem cidadania italiana por parte dos avós. A informação é de que uma das irmãs dele – Pizzolato é o segundo mais velho de dez irmãos – é freira e vive na Itália, o que levanta a possibilidade de o ex-diretor ter ido procurá-la. Em carta divulgada no sábado, Henrique Pizzolato diz que tentará “um novo julgamento na Itália, em um tribunal que não se submete às imposições da mídia, como está consagrado no tratado de extradição Brasil e Itália”.

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Militante do PT há 20 anos, Henrique Pizzolato foi diretor do Banco do Brasil, presidiu o Sindicato dos Bancários de Toledo (PR) e comandou a Central Única dos Trabalhadores (CUT) do Paraná.