Os mais de 150 alunos da Fundação Catarinense de Assistência Social (Fucas), na região continental de Florianópolis, ficarão sem aula no próximo semestre. Todas as oficinas oferecidas pela entidade às crianças e adolescentes moradoras do Morro da Caixa, Monte Cristo e até de Palhoça, serão suspensas. Apenas o projeto Jovem Aprendiz será mantido. A medida foi decidida por unanimidade pelo Conselho Curador da entidade durante reunião com o Ministério Público de Santa Catarina (MP-SC) realizada na quinta-feira, 28.
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De acordo com Luiz Antônio Costa, interventor da Fucas, a entidade não tem dinheiro para manter a folha de pagamento dos profissionais até o final do ano. No total, 12 funcionários, entre professores, assistente social e psicólogo, já receberam o aviso prévio. Sem educadores não haverá aulas, que encerram as atividades do primeiro semestre no dia 13 de julho. Com isso, a folha de pagamento reduzirá em 70%.
Costa explica que a suspensão é temporária e deve retornar no próximo ano. Ele afirma que os profissionais poderão ser recontratados em 2019, caso ainda tenham interesse.
— O projeto não foi extinto, apenas no segundo semestre por questão financeira ele não será realizado. A previsão para o ano que vem é que eu tenha retorno dos investimentos e a gente consiga voltar com as atividades — diz.
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Segundo Costa, o imóvel vendido em Jurerê no valor de R$ 4,5 milhões foi usado para pagar dívidas em torno de R$ 2,8 milhões, e o restante manteve as atividades até junho. Só as quatro oficinas oferecidas pela Fucas (judô, informática, artesanato e esportes) têm um custo de R$ 170 mil por mês, considerados os gastos operacionais e com pessoal.
A decisão de suspender as oficinas para reduzir custos foi aprovada pelo Conselho Curador até que a entidade possa, com recursos próprios, de entidades privadas ou de parcerias com o poder público retomar o projeto.
Segundo Costa, somente o projeto Jovem Aprendiz será mantido, pois os recursos para a sua manutenção provêm de empresas e entidades que repassam valores para o seu custeio.
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O promotor Davi do Espírito Santo afirma que a decisão unânime do órgão colegiado reforça o que fora recomendado anteriormente pelo MP, de que devam ser mantidos em operação somente os projetos sociais que não comprometam a capacidade da entidade.
— Nada impede que, no futuro, havendo captação de recursos específicos, o importante projeto agora suspenso venha a ser retomado — disse o promoto.
O Conselho Curador também solicitou ao promotor a renovação da nomeação do interventor por mais seis meses. Costa assumiu provisoriamente a administração da Fucas em fevereiro, com prazo até agosto deste ano. O promotor vai solicitar a prorrogação da intervenção à justiça.
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