– Estava indo tentar separar quando vi que ele levou um soco na cabeça e desmaiou. Fechou os olhos e caiu no chão sem defesa, não usou as mãos – conta um frentista que trabalhava no posto de combustíveis no Centro de Balneário Camboriú onde começou a briga que provocou a morte do professor Diego do Carmo Berro, 32 anos, na madrugada desta terça-feira. O funcionário pediu para não ser identificado.

Continua depois da publicidade

Leia também:

::: À polícia, jovem preso em flagrante por espancar e matar professor em Balneário Camboriú diz que agiu em legítima defesa

::: Professor morto após ser espancado em Balneário Camboriú será enterrado em Bauru

::: Professor é espancado e morre em Balneário Camboriú

Continua depois da publicidade

Segundo ele, Diego estava bebendo no posto há cerca de meia hora quando Lucas Costa, 21 anos, e Deived Juliano Goss, 23 anos, chegaram em um carro prata dirigido por um amigo por volta das 2h. O frentista não sabe o que ocasionou o desentendimento.

– Só vi quando os três passaram por mim correndo atrás dele (Diego), mas um deles não participou da briga.

O confronto teria acontecido tão rápido que os jovens sequer pediram para abastecer ou entraram na loja de conveniência para comprar algo antes da confusão. Conforme a testemunha, Diego atravessou o posto correndo de Lucas e Deived e só parou na Avenida Brasil quando foi atingido por um soco na cabeça desferido por um deles.

– Fui tentar chegar mais perto para apartar, mas como estava sozinho contra dois fiquei com medo. Vi eles darem um chute e quatro socos nele depois que ele caiu – lembra.

Continua depois da publicidade

Professor Diego do Carmo Berro, 32 anos

Quando os agressores se afastaram do professor, o frentista atravessou a rua e foi até ele para prestar socorro. Neste momento, ele já apresentava sangramento pela boca, mas ainda tinha batimentos. O funcionário voltou para o posto e pegou um celular para chamar os bombeiros militares.

– Vi um deles (agressores) indo para o carro e anotei a placa do veículo, foi quando a Polícia Militar chegou e prendeu eles – disse.

Os bombeiros militares chegaram em seguida. Conforme o funcionário, Diego saiu vivo do local. Mas pouco tempo depois um dos bombeiros ligou para avisar que ele havia morrido.

– Todo mundo ficou horrorizado. Você está ali trabalhando e de repente alguém morre praticamente na tua frente, é muito triste.

Continua depois da publicidade

O funcionário, que trabalhou até as 6h, só conseguiu dormir depois das 10h, impressionado pelo crime. Ele conta ainda que brigas no local são comuns.

Versão do amigo dos agressores

Segundo o frentista, o amigo dos agressores que não participou da briga contou que o desentendimento começou porque o professor foi até o carro deles pelo lado do carona e, quando o amigo dele baixou o vidro, levou um soco. O motorista do carro não relatou o que eles teriam conversado antes da suposta agressão.

Veja as imagens da briga:

O crime

A Polícia Militar relatou que o crime ocorreu na Rua 1.911, esquina com a Avenida Brasil, no Centro, por volta da 1h30, em frente a um posto de combustíveis. Uma equipe chegou ao local após testemunhas acionarem a viatura que fazia rondas no local, informando que havia um homem caído no chão.

A vítima teria se envolvido em uma briga com um grupo de três jovens, que chegaram de carro ao posto de combustíveis próximo do local do crime, segundo a PM. Dois suspeitos tentaram fugir do local, mas foram capturados pelos policiais. A polícia explicou que o terceiro rapaz não teria participado das agressões e, por isso, não foi preso.

Continua depois da publicidade

Contraponto

A reportagem tentou contato com os advogados dos suspeitos, mas não foram encontrados. Funcionários do Presídio da Canhanduba informaram que não estão autorizados a repassar os dados.