Na manhã desta terça-feira, técnicos e gestores públicos estiveram em Canasvieiras para conferir de perto a poluição dos rios da região, no Norte da Ilha de SC. A operação faz parte de uma força-tarefa coordenada pela Fundação do Meio Ambiente de Santa Catarina (Fatma) para fiscalizar os esgotos clandestinos e a poluição dos mares e lagoas.
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A degradação do meio ambiente em Canasvieiras é denunciada há anos pelos moradores, principalmente pelo esgoto não tratado, que segundo a comunidade é descartado no rio e vai para o mar. Na oportunidade, foi entregue ao presidente da Fatma, Gean Loureiro, um manifesto sobre a poluição.
– Estamos todos lutando pela mesma causa – disse Loureiro.
O presidente da Fatma reforça que a operação vai continuar e deve se concentrar nos pontos críticos de Florianópolis: Rio do Brás (Canasvieiras), Rio Capivari (Ingleses) e Lagoa da Conceição. Posteriormente a força-tarefa deve se estender para outros 26 municípios. Ao todo, estão mapeados 195 pontos críticos em todas as regiões.
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Líderes comunitários entregaram manifesto ao presidente
da Fatma. Foto: Jessé Giotti / Agência RBS
Para o presidente da Associação SOS Canasvieiras, José Francisco Noceti Bittencourt, a Casan sempre foi a principal poluidora em Canasvieiras.
– Vem pra cá todo esgoto de Jurerê e outras localidades, mas não tem capacidade suficiente e acaba extravasando, indo direto para o Rio do Brás. Além de tudo o esgoto não é bem tratado – disse.
Silvio Rosa, diretor de fiscalização e regulação da Agência Reguladora de Serviços de Saneamento Básico (Agesan) explica que a ETE de Canasvieiras funciona com 60% de sua capacidade, porém o problema está no rio que recebe o esgoto tratado.
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Ele explica que o tratamento secundário feito devolve ao rio de 80% a 99% de esgoto tratado, mas depende da capacidade do afluente em diluir o que não foi tratado. A Fatma pediu uma reavaliação do Rio Papaquara que recebe o esgoto em Canasvieiras. Nesta quarta-feira, a operação deverá fiscalizar as ligações clandestinas na rede de esgoto no entorno do Rio do Brás.
A expectativa é agir com ações de curto, médio e longo prazo, como desassoreamento do Rio do Brás e fiscalização de ligações clandestinas. A médio prazo serão as análises da capacidade de funcionamento das subestações da Casan, bem como a pureza da água tratada. Técnicos devem se reunir a cada 15 dias para avaliação das ações.
Nesta quinta-feira técnicos e gestores públicos estarão nos Ingleses e na sexta-feira, a previsão é de fiscalizar a Lagoa da Conceição. A operação conta com o apoio da Secretaria Municipal de Habitação e Saneamento Ambiental, Floram, Vigilância Sanitária, Casan e Agesan.