Nesses 15 anos a Sulfabril continuou operando. Sem acesso a crédito bancário e a fontes de financiamento, conseguiu manter as coleções e continuou oxigenando as marcas, em especial a Sulfabril, que já figurou entre as maiores do país e hoje vale cerca de R$ 40 milhões. Tentou como pôde preservar os imóveis e renovar o maquinário.

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A juíza Quitéria Tamanini Vieira Peres, titular da 1ª Vara Cível de Blumenau e responsável pelo processo desde 2009, explica que o longo tempo de ação se deu por conta de trâmites judiciais e da complexidade do caso. Com uma dívida não atualizada de R$ 119 milhões, são 2,5 mil ex-funcionários envolvidos.

>>> Sulfabril vai à venda para saldar dívidas que beiram os R$ 120 milhões

_ Se este leilão não der certo, vamos ouvir opiniões para aprimorar o edital e lançar logo outro. Não há motivos para adiar a venda _ opina.

Segundo a magistrada, um dos fatores que manteve a Sulfabril ativa mesmo diante das adversidades é a força de vontade dos funcionários. O otimismo de Quitéria é compartilhado pelos trabalhadores:

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_ Todo mundo acredita que a venda vai dar certo. Sempre temos trabalho a fazer, o que é um bom sinal _ confia Ana Maria Kniess, costureira há 30 anos na Sulfabril.

Na quinta-feira Gerhardt Horst Fritzsche, herdeiro da têxtil, tentou impedir o leilão por meio de recurso, que foi negado ontem pelo relator Gaspar Rubick, do Tribunal de Justiça de Santa Catarina. O advogado de Fritzsche, Paulo Roberto de Borba, afirmou que ainda há recursos relacionados ao processo de falência que precisam ser julgados e há possibilidade de, no futuro, o leilão ser anulado. O promotor responsável pelo caso, Ricardo Marcondes de Azevedo, preferiu não se manifestar.

>>>Confira como vai funcionar o leilão

>>> Relembre a história da empresa têxtil (Leia aqui o PDF)