O proprietário da pizzaria Expresso D´Itália, Alexsandro Rigueira, que foi assaltado na noite de terça-feira em Blumenau, conta ao Santa como perseguiu o carro dos assaltantes com a orientação da Polícia Militar, pelo telefone. O empresário, assaltado pela primeira vez, afirma que sua atitude foi involuntária e nunca pensou em agir desta forma.
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Os três detentos do Presídio Regional de Blumenau que haviam recebido saída temporária de sete dias foram presos após assalto em pizzaria de Blumenau e perseguição na BR-470. A ocorrência contou com a ação conjunta da Polícia Militar de Blumenau e Indaial.
O chefe da Central de Emergência de Blumenau, o tenente-coronel Edivaldo Santos Costa, destaca que a ocorrência foi uma exceção, pois é importante se manter calmo e não reagir ao assalto:
– O ideal é não reagir. Em uma perseguição, disparos podem ocorrer e em muitos casos a pessoa entra em óbito. O proprietário da pizzaria manteve a calma e teve orientação adequada para que isso não ocorresse – destaca.
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Confira o relato do proprietário sobre o assalto e a perseguição:
Santa – Como foi a abordagem dos assaltantes?
Alexandro Rigueira – Eles chegaram no balcão e a gente tava jantando com o pessoal que trabalha com a gente. Como é de costume, a gente deixa uma porta aberta para atender os clientes e receber eles no balcão. Eu vi quando eles entraram, era por volta das 23h10min mais ou menos, e aqui no bairro tem uma piazada que sempre vem buscar pizza de moletom e capuz, então eu não dei bola. Quando cheguei no balcão eu vi que ele não levantava a cabeça e na hora eu percebi que era um assalto. Aí, ele botou o revólver no balcão e disse para eu entregar tudo porque era uma assalto. Eu peguei o dinheiro da gaveta e entreguei pra ele, R$ 476 em dinheiro, e eles saíram apontando o revólver, correndo. Dois estavam dentro da pizzaria e um esperando no carro. O carro partiu cantando pneu, aí eu peguei o meu carro e fui atrás.
Santa – Por que você resolveu ir atrás do veículo?
Rigueira – Foi automático. Eu fui atrás e disse para minha esposa ligar para a polícia. Só que eles foram muito rápidos e eu só peguei o carro na BR-470, um quilômetro depois da minha casa. Chegando lá, eu vi o carro e comecei a perseguir, mas mantive a distância de uns 50 a 100 metros. Fui acompanhando, passando as informações pra Polícia Militar pelo telefone e eles repassavam as informações para as viaturas.
Santa – Como foi a perseguição. Você manteve contato direto com a PM?
Rigueira – Isso, sempre em contato com a Polícia Militar. Eles estavam me orientando e as viaturas estavam vindo. Aí me disseram que assim que eu avistasse a viatura da PM próximo à empresa Albany eu deveria dar sinal de luz e me afastar para que eles pudessem abordar. Quando a polícia viu o sinal, acenderam as luzes e conseguiram deter o carro e prender os três meliantes. Eles fizeram um cerco e conseguiram pegar o carro. Os assaltantes jogaram a arma fora e não quiseram parar então os policiais encostaram neles e, com o carro de frente, eles não tiveram pra onde escapar. Depois o revólver foi localizado, pois a polícia viu quando os assaltantes jogaram a arma.
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Santa – E como foi fazer parte de uma operação policial?
Rigueira – A polícia fez um trabalho muito rápido em parceria com o pessoal de Indaial. Em 10 minutos eles conseguiram prender os assaltantes na BR. Então, como a PM disse pra mim, se eu não perseguisse à distância, não mantivesse a calma e entrasse em contato com eles, eles não conseguiriam pegar. Só que se a polícia não tivesse feito um trabalho rápido eu também não teria tido êxito em recuperar o meu dinheiro de um dia de trabalho e esses três vagabundos, que não deviam nem ter o direito de sair de lá, não teriam voltado pro presídio.
Santa – Algum dia você imaginou que poderia ter essa reação?
Rigueira – Não, nunca. Eu nunca esperava ter sido assaltado. É a primeira vez que acontece, mas eu fiquei bem calmo porque não adianta você reagir. Eu tenho família para sustentar e eu tenho filhos, né. Só que você sente uma certa insegurança porque o ladrão tem direito, o cidadão que paga os seus impostos não tem nenhum direito, na verdade, nesta questão né? Se você der um tapa você é processado pelos direitos humanos, se a polícia bater responde processo administrativo então nem a nossa polícia tem direito nenhum.