– Parece que a gente está vivendo um pesadelo e não acorda nunca.
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Desta vez, o sofrimento de Angélica de Souza Blum, mãe do menino Matheus, que tem uma rara e misteriosa doença que o impede de crescer, não é causada pela saúde do garoto que mora em Joinville e ficou conhecido em todo o Brasil. Ele está bem, se considerados os dias terríveis que viveu nos últimos dois anos.
O que deixou a mulher desolada na manhã desta quarta-feira, na zona Norte de Joinville, foi um incêndio de causas desconhecidas que destruiu completamente o carro da família, um Cirtoen Xsara.
O carro pegou fogo logo que o marido dela, Everton Helmann, chegou em casa do trabalho, no começo da manhã. Por muito pouco, toda a casa de madeira não foi destruída pelo incêndio.
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– Cheguei normalmente, sem nenhum sinal de aquecimento, nada. Não havia nenhum problema com o carro. Quando desci, vi que havia uma chama bem pequena e um pouco de plástico derretido debaixo do painel – disse Everton.
Ele só teve tempo de chamar um vizinho para ajudar a empurrar o carro para fora da garagem de madeira. A família tentou apagar as chamas de todas as maneiras, mas o fogo só foi controlado com a presença dos bombeiros.
– Não dá pra entender – repetia Angélica em volta do carro, mas sempre com o ouvido bem atento ao menino, nos braços da cunhada Cleuza Hellmann.
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Além do prejuízo do veículo, que não tinha seguro, um equipamento usado para aspirar fluidos do pulmão do pequeno Matheus também foi destruído pelo fogo. O aparelho era especial para uso no carro, e fundamental para levar o menino às consultas médicas.
– Vou ter de cancelar a consulta marcada para amanhã (quinta) porque não dá para sair com ele assim – dizia a mãe.
Uma rede de solidariedade foi montada ainda no final da manhã de ontem, na tentativa de conseguir um novo aparelho e alguém que pudesse levar a mãe e o menino ao médico. Embora uma solução para esta semana esteja encaminhada, a família ainda precisará de ajuda para manter o tratamento.
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Matheus nasceu em agosto de 2012, numa gestação considerada normal pelos médicos. Com poucos dias de vida, precisou ser internado na UTI, recebeu uma sonda e passou por traqueostomia (abertura de um orifício na frente do pescoço para facilitar a respiração).
Angélica nunca o amamentou. Ninguém em Joinville sabe dizer que doença faz com que ele seja uma criança de dois anos no corpo de um recém-nascido de quatro quilos.
Ele é acompanhado por médicos de Joinville, Florianópolis e a família tenta recursos para levá-lo a Porto Alegre, em um centro especializado em genética. Enquanto a família não descobre exatamente o que o impede de crescer, Matheus usa 500 sondas por mês, o que mantém seus pulmões livres.
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A cada vinte minutos, a mãe para tudo o que faz para aspirar as secreções do pulmão do filho mais novo. Ele vive rodeado por Angélica e mais dois aparelhos. Um desentope os pulmões. Outro serve alimento, leite e água, através da sonda.
PARA AJUDAR MATHEUS
Ligue no (47) 3017-5728
Quem quiser ajudar com dinheiro:
Caixa Econômica Federal
Agência 4123
Conta popança 00027403-0
Operação 013
Angélica de Souza Blum