Após os resultados no Mundial de Glasgow – que considera excelentes – Matheus Rheine vive a expectativa do Parapan-Americano de Toronto. É a segunda vez que o brusquense participa da competição e a intenção é reduzir os tempos em três provas: 50, 100 e 400 metros livres. E também diminuir a distância para o norte-americano Bradley Snyder.

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::: Matheus Rheine, de Brusque, desponta como uma das estrelas da nova geração da natação paralímpica brasileira

Matheus também espera ansioso a oportunidade de nadar pela primeira vez uma prova oficial de revezamento 4 x 100 metros.

– É a primeira vez que vou nadar o revezamento. Aí tem possibilidade maior de baixar ainda mais os tempos – destaca.

Apesar de não ter garantida a presença nas Paralímpiadas do Rio, em 2016, já que o tempo feito por ele na Escócia garante a vaga para o país e não para o atleta, Matheus sabe que a possibilidade de defender o Brasil pela segunda vez num evento olímpico é grande. E está se preparando para isso. Os treinos chegam a seis dias por semana, com trabalhos na piscina e também de condicionamento físico.

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– A convocação só sai uns dois meses antes da Paralímpiada, então é difícil falar. Mas, assim que acertar tudo que é preciso nessas provas, baseado nesse Mundial que foram duas pratas, vou buscar o ouro – alerta, para deixar os possíveis adversários cientes de que não está de brincadeira.

Torcida pela manutenção dos incentivos ao esporte

Além de angariar conquistas pessoais, Matheus nada para mostrar que é possível alcançar o que se deseja, bastando apenas, e principalmente, vontade. Ele recebe patrocínio de empresas da região e apoios do governo federal concedidos a atletas de alto rendimento e reconhece que os investimentos melhoraram por conta do momento olímpico que o país vive. Espera que a situação se mantenha:

– Escuto muita gente dizer que teve que parar por conta do trabalho, e é triste isso. Porque a pessoa não tem como render do nada, precisa de estrutura. Agora melhorou, mas não sabemos como vai ser depois. Fica a torcida para que se mantenha esse investimento.

Como funciona a classificação dos atletas paralímpicos

O nadador é submetido à equipe de classificação, geralmente formada por três profissionais: um médico, um fisioterapeuta e um educador físico. É feita a análise de resíduos musculares através de testes de força muscular, mobilidade articular e testes motores (realizados dentro da água).

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A regra diz que quanto maior a deficiência, menor o número da classe. No caso de Matheus, que é totalmente cego, a classificação é S11. As classes S12 e S13 teriam, respectivamente, graus menores de cegueira. As classes sempre começam com a letra “S” – que representa a palavra Swimming, tradução de natação em inglês – e os atletas podem ter classificações diferentes para o nado peito (SB) e o medley (SM).

– S1 a S10; SB1 a SB9; SM1 a SM10: Limitações físico-motoras

– S11 a S13*; SB11 A SB13; SM11 a SM13: Deficiência visual

– S14; SB14; SM14: Deficiência intelectual

*mesma classificação de judô e futebol de cinco.

Fonte: Comitê Paralímpico Brasileiro.