Um inquérito de 2008 e localizado pelo delegado Thiago de Freitas Nogueira, de Rio Negrinho, revela que as ameaças e abusos sexuais do homem de 45 anos, suspeito de estuprar duas filhas e ter três crianças com cada uma delas, já eram conhecidas pela polícia.
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Segundo o delegado, o homem registrou um boletim de ocorrência pelo desaparecimento da filha mais velha, que na época tinha 18 anos. Após ser encontrada, a adolescente apareceu na delegacia e disse à polícia que fugiu porque o pai a ameaçava e mantinha relações sexuais com ela.
Na época, a garota já tinha gerado um filho do próprio pai. Mais tarde, o inquérito informa que a jovem prestou outro depoimento, em que negou tudo que havia dito anteriormente, inclusive relatando que era ela quem assediava o pai.
-Isso mostra que ele (o pai) a convenceu de contrariar a primeira versão-, afirma o delegado.
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Por causa da descoberta, o inquérito policial que apura o envolvimento do homem com as filhas será encaminhado nesta quarta-feira para o Fórum de Rio Negrinho. Enquanto isso, a família tenta reconstruir a vida após a prisão do patriarca.
Em entrevista à RBS TV de Joinville, a conselheira tutelar Vera Lúcia de Oliveira, de Rio Negrinho, afirmou que as vítimas receberão o acompanhamento do Centro de Referência Especializado em Assistência Social (Creas). Até esta terça-feira, a família ainda não havia recebido a visita dos assistentes sociais.
-A gente agora vai dar total cobertura à família, fazer o encaminhamento ao Creas, para que essas crianças e as mães possam ter um acompanhamento psicológico que eles precisam neste momento.
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Nesta terça-feira, a esposa do preso voltou a conversar com a reportagem de “AN”. Segundo ela, a família pensava em ir morar em Florianópolis com a ajuda de um parente, mas a possibilidade está sendo repensada. De imediato, eles pretendem sair da casa atual para morar na área urbana de Rio Negrinho.
-Vai dar muito trabalho irmos para Florianópolis agora. Vou tentar resolver o meu problema primeiro para depois pensar no que fazer-, explicou.
O homem preso na madrugada da última sexta-feira está no Presídio Regional de Mafra e deve responder pelos crimes de estupro de vulnerável (violência sexual contra crianças de até 14 anos), com pena que varia de oito a 15 anos de prisão; e estupro comum (para violência a jovens acima de 14 anos), com pena que varia de seis a 10 anos.
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Confira os depoimentos do delegado e das vítimas sobre o crime que abalou Rio Negrinho, no Planalto Norte de SC: