A Catedral de Buenos Aires ficou cheia nesta quarta-feira de paroquianos argentinos, entre surpresos e esperançosos, para celebrar a nomeação de Jorge Bergoglio, seu cardeal, como papa Francisco.

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– Estou muito contente, muito surpreso porque não esperava. Inclusive no momento que assistimos pela televisão a fumaça branca, pensamos no candidato brasileiro ou no italiano. Íamos com minha amiga ao cinema e, quando soubemos, viemos imediatamente para a Catedral para estar com os nossos – disse Mariano Solís, 33 anos, que chegou ao templo neoclássico em frente à histórica Praça de Maio.

Logo após sua chegada, Solís foi um dos muitos que participaram da reza de um rosário “em ação de graças por nosso papa Francisco, que há alguns instantes era nosso cardeal Bergoglio”, comentou durante a comemoração dos fiéis que se abraçavam e choravam de emoção.

O anúncio feito em Roma foi recebido com uma prolongada ovação por cerca de 200 fiéis que estavam em uma missa na Catedral, enquanto centenas de pessoas e veículos de televisão começaram a se aproximar da igreja onde o novo pontífice costuma rezar missa como primaz da Argentina.

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A surpresa atingiu a própria Igreja Católica da Argentina, admitiu o responsável de imprensa do Arcebispado, Federico Wals.

– Bergoglio viajou tranquilo (ao Vaticano para participar do conclave de cardeais), com passagem de volta para meados da próxima semana – contou Wals na Catedral.

Wals admitiu que a nomeação não era esperada, a ponto de em Buenos Aires haver cartazes espalhados anunciando sua presença nas missas da Semana Santa, relembrou.

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– Estou surpreso, não pensava que escolheriam Bergoglio, é o primeiro Papa latino-americano e isto será sumamente positivo para a região – disse Gastón Hall, um publicitário de 37 anos, que se definiu como católico praticante, ao entrar na igreja localizada em frente à Casa Rosada, sede do governo argentino.

Já Ana María Pérez Bodria, de 60 anos, primeira vice-presidente da Ação Católica afirmou, embora tivesse esperanças, recebeu a notícia com grande alegria.

– O cardeal é um missionário evangelizador e das ruas – considerou ela.

Claudio Bonani, um empresário brasileiro de 42 anos que também se aproximou da Catedral após o anúncio da eleição do primeiro papa não europeu em 1272 anos, disse que não conhecia Bergoglio, mas confia que fará “um grande papado”.

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– É simples e tem grande compaixão com os mais necessitados – comentou o monsenhor Eduardo García, bispo auxiliar de Buenos Aires ao destacar que a escolha do novo papa era uma possibilidade.

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