Com o nome de Francisco, o argentino Jorge Mario Bergoglio é o novo papa. Aos 76 anos, o arcebispo de Buenos Aires foi o escolhido para comandar a Igreja Católica. Ele sucede Bento XVI, que deixou o cargo no dia 18 de fevereiro alegando idade avançada e questões de saúde. Ele é o primeiro latino-americano e primeiro jesuíta a ser eleito papa.

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Nascido em Buenos Aires em 17 de dezembro 1936, é filho de italiano que emigrou de Turim, na Itália, para a Argentina, onde teve cinco filhos. Formou-se técnico químico, mas em 1958 entrou para a Companhia de Jesus e iniciou os estudos para o sacerdócio. Completou os estudos humanistas no Chile e em 1963, de volta a Buenos Aires, formou-se em Filosofia na Faculdade de Filosofia do colégio máximo São José de São Miguel. De 1964 a 1965, ensinou literatura e psicologia no Colégio da Imaculada de Santa Fé e, em 1966, ensinou as mesmas matérias no Colégio do Salvador, em Buenos Aires. De 1967 a 1970 estudou teologia na Faculdade de Teologia do Colégio São José, de São Miguel, onde se formou. Em 13 de dezembro de 1969 foi ordenado sacerdote.

Desde o início já era visto como religioso em ascensão. De 1973 a 1979, serviu como o provincial dos jesuítas, na Argentina, em seguida, em 1980, tornou-se o reitor do seminário do qual ele tinha se formado.

Bergoglio foi nomeado bispo auxiliar de Buenos Aires em 1992 e depois sucedeu o adoentado cardeal Antonio Quarracino, em 1998. Em 2001, foi nomeado cardeal por João Paulo II que o designou a igreja romana que leva o nome do lendário jesuíta São Roberto Belarmino.

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Tido com um homem tímido e de poucas palavras, tem grande prestígio entre seus seguidores, que apreciam sua total disponibilidade e seu estilo de vida sem ostentação. Bergoglio vai de metrô para o trabalho e cozinha sua própria comida. Goza de prestígio por seus dotes intelectuais, e dentro do Episcopado argentino es considerado um moderado.

Porém, o agora ex-arcebispo de Buenos Aires seria um ortodoxo inflexível em matéria de moral sexual e um opositor do aborto, da união homossexual e da contracepção. No entanto, demonstra compaixão pelas vítimas da Aids, e em 2001 chegou a visitar um sanatório para lavar e beijar os pés de 12 pacientes soropositivos.

Chegou a ter a reputação chamuscada ao ser acusado, por um ativista de direitos humanos, de ter sido cúmplice de um sequestro de dois jesuítas, membros de movimentos de esquerda argentinos, durante a ditatura militar no seu país.

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Após a eleição de Bento XVI em 2005, alguns repórteres chegaram a identificar Bergoglio como tendo sido o principal desafiante de Joseph Ratzinger no conclave daquele ano. Um diário anônimo que circulou pela imprensa italiana indicava que o argentino chegou a receber 40 votos na terceira votação – a que antecedeu a eleição de Bento.

Duração dos conclaves nos últimos dois séculos:

Bento XVI, 2005 – 2 dias

João Paulo II, 1978 – 2 dias

João Paulo I, 1978 – 1 dia

Paulo VI, 1963 – 3 dias

João XXIII, 1958 – 3 dias

Pio XII, 1939 – 1 dia

Pio XI, 1922 – 4 dias

Bento XV, 1914 – 3 dias

Pio X, 1903 – 4 dias

Leão XIII, 1878 – 1 dia e meio

Pio IX , 1846 – menos de dois dias

Gregório XVI, 1831 – 54 dias

Pio VIII, 1829 – mais de um mês

Leão XII, 1823 – 26 dias

Pio VII, 1799-1800 – 3 meses e meio

Veja algumas curiosidades sobre o conclave:

– A língua oficial do conclave é o latim, mas todos os cardeais devem saber se comunicar em italiano

– Os cardeais não podem votar em si mesmos – deve-se escrever com caligrafia diferente na cédula para garantir o sigilo

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– O conclave pode durar dias, semanas e até meses

– O eleito recebe um anel de ouro com a imagem de São Pedro pescando, que é o selo oficial do papa

Acompanhe a cobertura do enviado do Grupo RBS ao Vaticano

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Infográfico: entenda como funcionou o conclave