Fofura e esperteza serão elementos de sobra no palco do Festival de Dança de Joinville a partir de hoje, mas não estão entre os requisitos para garantir os primeiros lugares na Mostra Meia Ponta, que começa hoje e vai até 28 de julho, quando ocorre a Tarde dos Campeões. A Mostra dá espaço para crianças de nove a 12 anos se apresentarem nos mesmos gêneros que existem na Mostra Competitiva, e também diante de uma banca de jurados formada por referências na área. Serão 51 apresentações em seis gêneros, aproveitando a expansão que o evento iniciou no ano passado — entre 2000 e 2016, ele tinha apenas dois dias de apresentações. Há dois anos, por exemplo, foram apenas 40 coreografias, o que limitava o número de participantes.

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Este também é o segundo ano em que os estudantes de dança que competem no Meia Ponta recebem um tratamento mais semelhante ao dos bailarinos mais velhos. Eles tem um encontro com os jurados no dia seguinte, com profissionais dos gêneros específicos ao de cada bailarino e de cada grupo comentando os pontos fortes e fracos das apresentações .

— São praticamente crianças profissionais, que trabalham muito para chegar a esse palco, e é muito bom saber que estão praticando este nível de excelência, e que poderão ser vistos em breve na Mostra Competitiva — comenta o curador artístico do Festival, o coreógrafo Caio Nunes, que atuou por ano na banca de jurados desta mostra.

Talento joinvilense

Foi no ano passado que a Meia Ponta começou a oferecer premiações especiais de melhor bailarino, melhor bailarina e melhor conjunto. A estreia destas premiações teve um joinvilense entrando para a história do Festival. Marcelo Victoria Filho, o Marcelinho, foi o primeiro a receber o título de melhor bailarino infantil, com apenas nove anos e enquanto vivia sua primeira experiência no palco do evento.

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— Foi uma surpresa porque era apenas o primeiro ano dele no Festival e ainda era uma coreografia de danças urbanas, que geralmente não leva estas premiações — conta o professor e coreógrafo Alisson Pereira.

Foi Alisson que percebeu o talento nato do menino, quando Marcelinho tinha apenas cinco anos. Ele participava de um evento da escola de dança da prima e se envolveu em uma aula aberta de hip hop com tanta dedicação que surpreendeu o professor.

— O Marcelinho chamou a atenção pela facilidade de pegar os passos, com movimentos muito precisos e limpos para uma criança tão nova e sem nenhuma experiência anterior. Em dez minutos, ele já estava reproduzindo a coreografia como se estivesse em uma apresentação — recorda Alisson.

O treinamento começou despretensioso, com duas aulas de uma hora por semana. Cresceu para três aulas até que, aos oito anos, o menino passou a integrar o grupo de competições da academia de dança. Desde então, por onde passa recebe prêmios de primeiro lugar — tudo com acompanhamento da psicóloga da escola e dos pais, para garantir que não estas experiências não sejam transformadas em frustrações com possíveis derrotas no futuro.

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No ano passado, Marcelinho estreou no Meia Ponta com a coreografia Malandragem e ficou com o primeiro lugar no solo masculino de danças urbanas. No mesmo dia, participou da coreografia Mundo dos Vilões – Descendentes, com seus colegas na categoria conjunto em danças urbanas, e ficou com o segundo lugar. A maratona se repetirá neste ano, já que Marcelinho dança o solo masculino Pequeno Chaplin e, com um intervalo de apenas seis coreografias, volta ao palco com o grupo em Party.

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