Quase três meses após o embargo feito pela Fundação Estadual de Meio Ambiente (Fatma) a uma área marinha de 730 hectares por causa do vazamento de 12 mil litros de óleo de uma subestação desativada das Centrais Elétricas de Santa Catarina (Celesc) em novembro do ano passado, uma mudança neste cenário pode ser anunciada nesta segunda-feira. Uma coletiva de imprensa foi marcada para às 10h, onde será divulgada a decisão o embargo preventivo.

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O fechamento da área marinha impossibilitou principalmente a produção de ostras, mariscos e berbigões na região. Indenizações estão sendo feitas pela Celesc para diminuir as perdas dos produtos. Mas pelo menos 18 ações correm na Justiça pedindo indenização.

Segundo informações publicadas no domingo pelo colunista Moacir Pereira, peritos teriam dito que o óleo que vazou no Sul da Ilha não era ascarel. A constatação teria sido feita no inquérito da Polícia Federal que foi instaurado para apurar a responsabilidade no vazamento da subestação que estava em processo de transferência para a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).

Mas, mesmo assim, em informações anteriores, a Celesc já tinha admitido a presença de PCB, nome da substância que é conhecida comercialmente como ascarel. Só que seria em proporções menores de 50 mg.

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A primeira constatação da presença de PCB, ou ascarel, foi feita pela própria Fatma. O resultado de um laudo solicitado pela fundação foi divulgado em 14 de janeiro, onde apontava a presença do produto no canal de drenagem da subestação em direção ao mar. No mesmo dia foi feito o embargo, que impediu a entrada de pessoas na área marinha e a produção de mariscos, ostras e berbigões. A área fica entre a Praia da Mutuca e a Freguesia do Ribeirão, onde estão 28 fazendas de ostras e representam 30% do cultivo do Ribeirão da Ilha.

A restrição foi uma medida de prevenção à contaminação dos moluscos e peixes. Mas um exame solicitado pela Secretaria de Estado da Agricultura e da Pesca e a Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina (Cidasc) apontou em 29 de janeiro que amostras de moluscos coletadas na região não tinham PCB. Os exames foram feitos pela Universidade de São Paulo (USP) em amostras coletadas por técnicos da Cidasc entre os dias 14 e 17 de janeiro.