Um grupo de 320 famílias ocuparam na madrugada desta segunda-feira uma área rural no município de Xanxerê, no Oeste catarinense. De acordo com os integrantes ligados ao Movimento Sem Terra (MST), o objetivo da ação é chamar atenção para a reforma agrária em Santa Catarina.

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Do total, quase 150 famílias são remanescentes da ocupação que aconteceu junho no município de Chapecó, na Floresta Nacional. O restante, segundo o movimento, é proveniente de outras cidades.

— O movimento está aberto para conversar. Já vieram algumas pessoas que trabalham neste terreno e já decidimos que vamos plantar em uma parte. A outra pode ficar para os arrendatários — afirmou um dos integrantes do movimento, Fábio Reis.

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A área de 1040 hectares, equivalente a 1,3 mil campos de futebol, fica localizada na linha Vargem Bonita e é usada para produção de soja pela família Prezzotto, que seria a proprietária da área. No entanto, conforme alega um dos coordenadores do MST, Vilson Santin, a propriedade seria do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra).

A Polícia Militar (PM) esteve no local ainda nesta manhã, conversou com os membros do movimento e segue monitorando a situação sem violência. Já a prefeitura da cidade soube da ocupação ainda no fim desta manhã e informou não pretende interferir no caso. Segundo o MST, o Incra já foi avisado.

O chefe da unidade do Incra em Chapecó, Jandir De Marchi, disse que sabe do caso mas ainda não de maneira oficial. Mas comentou que a área foi titulada ainda na década de 80, dentro de uma gleba maior e que os proprietários eram legítimos.

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No entanto a família proprietária da área estaria questionou judicialmente os valores da medição das terras feita pelo Incra e o processo ainda está tramitando.

O proprietário da área, João Prezzoto, estava reunido com advogados no final da tarde desta segunda-feira e deve divulgar sua posição na manhã de terça-feira. Mas é provável que ingresse com medida judicial para reintegração de posse.

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