Familiares e amigos do surfista Ricardinho organizam manifestação neste sábado

Acontece neste sábado, às 15h, uma manifestação organizada pelos amigos e familiares do surfista Ricardo dos Santos, o Ricardinho, 24 anos, além de moradores da Guarda do Embaú, em Palhoça, que pede justiça pela morte do atleta.

O crime ocorreu no balneário de Palhoça em 19 de janeiro deste ano. A vítima foi baleada em uma manhã de segunda-feira, após um desentendimento com o policial militar e autor dos disparos, Luis Paulo Mota Brentano, de 25 anos. Ele responde por homicídio qualificado e crime praticado por motivo fútil sem possibilidade de defesa da vítima.

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O protesto surgiu após a repercussão das informações de que a juíza Carolina Ranzolin Nerbass Fretta, da 1ª Vara Criminal de Palhoça, teria autorizado o soldado a fazer trabalhos internos nas dependências da cela, desde que as atividades não possibilitassem contato externo.

O pedido partiu dos advogados do réu e teve o respaldo do Ministério Público, desde que as atividades laborativas realizadas pelo soldado fossem constantemente fiscalizadas.

Decisão contestada

Mas nessa sexta-feira, 17, a decisão foi contestada pelo comandante do 8º Batalhão de Polícia Militar, tenente-coronel Nelson Coelho, que disse que Mota não teria atividades a serem feitas.

– É muito bom uma notícia dessa ter a repercussão negativa que está tendo, pois mostra que as pessoas estão ligadas e não desistirão na luta por justiça pelo nosso Anjo da Guarda – disse o amigo e surfista Adriano de Souza por meio de uma rede social.

A mãe do surfista, Luciane Dalcema dos Santos, também questiona a decisão.

– É muita indignação, não tem como aceitar. O cara já tem antecedentes [Mota possui processo administrativo-militar aberto pela Corregedoria-Geral da corporação] e surge uma decisão inesperada dessa – lamenta.

Apesar da posição de Coelho, o protesto está mantido no Centrinho da Guarda do Embaú, segundo a namorada de Ricardinho, Karoline Esser.

– Nosso pedido é pela expulsão dele [Mota]. Será uma manifestação pacífica que clama por justiça e paz. Pretendemos jogar flores no riozinho em uma homenagem – explica a modelo.

“Às vezes parece que ele está só viajando e que vai voltar”

Luciane conta que os últimos dias, após a morte do filho, tem sido os mais difíceis. A Páscoa, um momento em que o surfista sempre estava com a família na Guarda do Embaú, foi lembrada com tristeza pela mãe.

– A gente vai levando. Um dias são mais difíceis, outros menos. Mas ainda não dá pra acreditar. Às vezes parece que ele está só viajando e que vai voltar. Na Páscoa, ele sempre vinha e no caminho parava para comprar chocolates. É um momento em que fico mais sensível – lembra.

Recentemente Luciane revelou algumas fotos do filho. Ela e toda a comunidade e amigos do surfista se mostram indignados com a morte do surfista e pedem por justiça.

– Não tem nada que tire essa dor da saudade, mas não quero que ele faça com outro o que fez com meu filho – termina.

A namorada Karoline compartilha a dor da mãe de Ricardinho:

– Ele [Mota] acabou com nossas vidas. Estamos levando da pior forma possível. Estou tentando retomar minha vida, tomando remédios, mas está difícil – conta.

Chamada pelas redes sociais

A chamada para a manifestação que pede justiça para o caso de Ricardo dos Santos começou pelas redes sociais. No dia 15 de abril, o perfil em uma rede social do surfista morto pelo policial Mota mostrava uma foto do atleta com os dizeres: “Senhor Governador e Comando Geral da Polícia Militar de Santa Catarina, peço pela expulsão do meu assassino, soldado Mota, da corporação“. Até a manhã deste sábado, a postagem tinha 3.373 curtidas e 85 comentários.

A foto também foi replicada pelo atual líder do ranking mundial de surfe, Adriano de Souza. O Mineirinho publicou o manifesto no mesmo dia 15 e ainda ecoou um “Por favor” na descrição. Em sua postagem, 5.415 pessoas curtiram e outras 94 comentaram.