O próximo domingo deveria ser de festa na casa da atendente Keise Silva, de 28 anos. Mas será de luto. Ela e o marido, Leodir Fouz da Silva, 30 anos, preparavam uma festinha para comemorar o aniversário de três anos da filha caçula.

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Terça-feira de manhã, enquanto a menina assistia a desenhos na televisão, o pai foi assassinado com pelo menos oito tiros na porta da loja da família, na rua Dilson Funaro, no bairro Ulysses Guimarães, na zona Sul de Joinville.

Há pouco mais de dois anos, Leodir decidiu largar o emprego na Tupy para ficar mais perto da família e realizar o sonho de ter o próprio negócio. Ele e a mulher montaram uma pequena loja em frente de casa.

O estopim do 44º assassinato do ano na cidade foi o furto de uma escova de lavar roupas, que custa menos de R$ 5. Leodir teria discutido e batido em um rapaz suspeito de ter praticado o furto na loja dele minutos antes de ser morto. Segundo os vizinhos, o estabelecimento do microempresário era alvo constante de pequenos furtos nos últimos meses.

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Há alguns dias, Leodir fez um vizinho devolver o lava-jato que havia sido furtado da casa dele. Em vez de levar o caso à polícia, eles chegaram a um acordo, mas o conflito continuou. Terça-feira, o microempresário teria flagrado o furto de uma escova. A discussão pelo objeto virou briga. Os familiares de Leodir admitiram que ele chegou a bater no suspeito.

Pouco antes do meio-dia, quando Leodir estava fechando a loja, o homem voltou armado e acompanhado de um adolescente. Desta vez, não houve discussão. Ele foi executado com um tiro na cabeça e pelo menos outros sete tiros pelo corpo.

A mulher e o pai dele chegaram minutos depois do crime. Desesperada, ela chorava agarrada ao marido e precisou ser contida pelos vizinhos e familiares.

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– Que mundo é esse? E se as crianças estivessem aqui fora? Como vou explicar para elas o que aconteceu? – dizia.

Logo a rua ficou lotada de curiosos.

O pai de Leodir, Odir Fouz, de 48 anos, não acreditava que o filho havia sido assassinado com tanta violência.

– Ele trabalhava, cuidava dos filhos. Que ignorância morrer assim. Nada justifica matar alguém a tiros desse jeito – desabafou.

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