De casa, roupas e cabelos novos, Neusa Luca, a mulher que morava na rodoviária de Joinville, começou a mudar de vida terça-feira. Ela foi levada para a residência da vendedora da loja que fica ao lado da sua antiga “casa” Leonir Spiercort, de 53 anos, que mora em um apartamento na zona Sul da cidade com marido e o filho adotivo. A vendedora garante que “Neusa pode ficar lá até quando quiser”.
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Ao chegar ao trabalho, às 13h, o fiscal do Instituto de Trânsito de Joinville (Ittran), Edmundo Timm Júnior, procurou pela mulher que morava na rodoviária. Falou com dezenas de funcionários até descobrir que Neusa já tinha encontrado um lar. Mesmo assim, ele entrou em contato com com o Centro de Referência Especializado para a População em Situação de Rua Porto Seguro para falar sobre a moradora.
O coordenador Jucélio Narciza afirmou que Neusa já fora “atendida quatro vezes pela entidade”. A primeira em novembro de 2013, quando recebeu lanche, banho, orientação e encaminhamento para a Casa de Acolhida Marta e Maria, onde poderia permanecer por 25 dias – tempo considerado suficiente para que um pessoa se restabeleça e volte a trabalhar.
– Neusa veio para cá com uma proposta de emprego. Tem todos os documentos. Não sei por que ela não começou a trabalhar – disse.
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Enquanto Edmundo procurava a moradora da rodoviária, Leonir a levava para comprar roupas e cortar o cabelo. Também foram ao médico. Neusa tosse a cada frase que pronuncia. Tem a voz fina e abafada.
– Estou com uma mancha no pulmão – comentou.
Com a saúde fragilizada, ela não conseguiu se manter no emprego de limpeza nem na empresa de saneamento básico. Agora, ela será companheira de Leonir durante as viagens do marido caminhoneiro e pretende retribuir todo o carinho.