Falta pouco para a família Heinz se mudar para a nova casa após incêndio no Bela Vista

Com o pouco que lhe resta da visão, José Heinz, o seu “Dé”, 67, se emociona ao ver a casa que está sendo construída no terreno onde era a antiga residência da família destruída pelo fogo no início de agosto. Ele e o filho Julio Cesar, que tem Síndrome de Down, estavam em casa no momento do incêndio, e foram salvos das chamas por dois homens que passavam na rua do bairro Bela Vista, em São José.

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A família humilde vive com pouco, e não teria condições de reerguer a casa. Mas assim que souberam da ocorrência, vizinhos e amigos começaram uma campanha para ajudá-los. Centenas de pessoas colaboraram com materiais, mas faltava a mão de obra para a construção. Os vizinhos só poderiam realizar mutirões nos fins de semana, e a expectativa de ter logo uma nova casa não era boa. Sensibilizados com a situação da família, Antônio Hillesheim, empresário proprietário de uma construtora em São José, cedeu os operários e o material que faltava para reconstruir a esperança da família Heinz.

– Quando eles falaram que iam fazer nem acreditamos. A gente nem dá opinião, já que não posso ajudar não atrapalho. Falei pro seu Antônio que tinha ganhado uma janela usada mas ele disse que não precisa, vai colocar tudo novo – conta seu Dé.

Desde o dia 4 de setembro os homens trabalham duro para terminar a residência o mais breve possível. Nesse período a família vive em uma casinha alugada ao lado paga pela Prefeitura. O novo lar tem três quartos, sala, cozinha, banheiro e área de serviço. No terreno nos fundos dona Adélia Heinz pretende fazer uma horta:

– Estou muito feliz. Nunca imaginei que iríamos ganhar uma casa tão grande e bonita. Só tenho que agradecer a Deus e todo mundo que ajudou – disse.

Para o empresário, acostumado a ergues torres enormes, a sensação de entregar a casa é diferente:

– Assim que vi a história pela imprensa me sensibilizei, e tenho ido mais na casa que nos meus prédios. Todo empresário deveria ajudar. Eu falo que ganhar dinheiro é bom, mas ajudar o próximo é muito melhor – disse Hillesheim.