Os 250 lugares do auditório da Fundação Cultural de Blumenau estavam mais do que lotados. Havia pessoas sentadas no chão, em pé, e muitas do lado de fora, onde não havia telão ou sistema de som. Os seis ventiladores de parede nem de longe davam conta de aplacar o calor. Foi assim, com 25 minutos de atraso, que começou a audiência pública que iria discutir com a comunidade o Estudo de Impacto de Vizinhança (EIV) da construção da nova Ponte do Centro.
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Mas a audiência nem chegou a começar. A discussão esbarrou no regimento interno da reunião, no pouco tempo para a manifestação dos contrários à obra, na lotação do espaço e na chuva que insistiu em entrar pelo teto pelas goteiras e que terminou com a suspensão do ato.
O secretário de Planejamento, Alexandre Gevaerd, indicou como presidente da audiência o diretor de Planejamento Viário, Roger Schreiber, que conseguiu apresentar apenas o regimento interno e logo depois vieram os questionamentos. O vereador Jefferson Forest (PT) foi o primeiro a pedir a palavra: sugeriu que após a apresentação fossem ouvidos engenheiros, arquitetos e representantes da comunidade da Ponta Aguda, e pediu que as perguntas fossem feitas com mais tempo. O coordenador do movimento Ponta Aguda Cidadã, Rodolfo de Souza, entregou à mesa uma moção pedindo que a audiência fosse adiada, e o presidente da Câmara de Vereadores de Blumenau, Vanderlei de Oliveira (PT), deu algumas sugestões aos dirigentes da reunião:
– A audiência logicamente vai se estender e nós não vamos ter tempo para debater. O local é inadequado para o público presente e se as pessoas que estão lá fora quiserem entrar vai se tornar impossível e se os bombeiros vissem isto aqui já teriam mandado esvaziar o espaço.
Entre os muitos pedidos para que a audiência fosse suspensa quem também se manifestou foi o promotor da Moralidade Pública de Blumenau, Gustavo Mereles Ruiz Diaz, que também sugeriu que o ato fosse adiado por questões de segurança.
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– Já tivemos uma experiência em 2010 onde uma audiência importante que foi suspensa e hoje temos que pagar para a Foz do Brasil. Temos uma concessão de ônibus que não foi discutida e hoje uma concessionária que não pode nem substituir seus ônibus por novos. Fazer uma audiência tão importante como esta em um lugar que comporte a população é um requisito básico. Peço o bom senso dos senhores (dirigentes) para que, pelo menos, a população possa fazer essa discussão de forma serena, com tranquilidade – argumentou, sugerindo ainda que a prefeitura abra espaço para inscrições e questionamentos pela internet.
O secretário Alexandre Gevaerd lamentou o adiamento da audiência mas garantiu que a prefeitura vai continuar aprimorando o EIV para a próxima data:
– Todas as informações estão sendo diariamente compiladas e vamos continuar trabalhando na preparação desse relatório, porque se não expormos bem o que o estudo de impacto traz acabamos perdendo a oportunidade de deixar claro para população porque um local seria melhor do que outro. A prefeitura continua defendendo um traçado, uma localização que tenha um melhor custo/benefício.
Para o secretário de Obras Paulo França o adiamento da audiência traz prejuízo porque protela ainda mais a definição sobre a ponte, mas ele concorda que é preciso esclarecer todas as dúvidas da população.
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Uma nova data para a audiência será determinada pela Secretaria de Planejamento.