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Carol Macário

caroline.macario@diario.com.br

Quem era fã do Expresso virou fã do Dazaranha. Quem era fã do Daza passou a adorar as canções do Expresso. O primeiro encontro no palco das duas bandas mais importantes de Santa Catarina foi histórico e reuniu diferentes gerações na plateia lotada do teatro Ademir Rosa, em Florianópolis, no último sábado (5). Foi uma noite de celebração da música catarinense, da amizade, da humildade e de valorização da cultura do Estado. Show para remexer no baú da memória, com canções que foram sucesso nos anos 1980 e 1990, e também saudar a música da contemporaneidade. O Acústico Expresso & Dazaranha terá mais uma apresentação neste domingo (6), mas os ingressos já estão esgotados.

Vídeo: Confira trecho de “Certos amigos” no show deste sábado

Opinião: show tem que rodar pelo Estado

O show durou praticamente três horas. Expresso abriu os trabalhos às 20h10 com Sol de Sonrisal, música do primeiro disco da banda, de 1983. Foi um reencontro com o público, que respondeu calorosamente com aplausos, assovios e a letra na ponta da língua. Era uma plateia com tanta saudade do Expresso que faltando uma hora para começo do show já dava voltas na rampa de acesso ao teatro, no Centro Integrado de Cultura (CIC).

– Me fez lembrar de quando lançamos Nas Manhãs do Sul do Mundo, em 1983. A fila de pessoas para entrar dava voltas no CIC – disse o saxofonista e flautista do grupo Tayroni Mandelli.

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A playlist do Expresso seguiu com clássicas que marcaram época, como Harmonia, Rock Rural e Nas Manhãs do Sul do Mundo. Daniel Lucena estava feliz e soltou a voz, mesmo com um resfriado que o pegou de surpresa dias antes da apresentação. Ele e Volnei Varaschin, nos vocais, violão e harmônica, trocavam piadas descontraídas. O guitarrista e violonista Zeca Petry também estava conversador e clima foi leve e saboroso, como são os encontro de velhos amigos.

Antes da despedida do Expresso, os músicos do Dazaranha entraram no palco e juntos cantaram a divertida Flodoardo, com um “solo rural” do mané Fernando Sulzbacher no violino e bela performance de Zeca Petry no banjo.

Às 21h30, quando o Daza começou o show logo após intervenção do mané Darci, interpretado pelo Moriel da Costa, o vocalista Gazu ressaltou a conexão entre as duas bandas: “da serra ao mar, do pinhão ao marisco, da araucária ao garapuvu, do Expresso ao Dazaranha”, disse.

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Músicos das duas bandas ensaiam para show acústico. Foto: Diorgenes Pandini/Agência RBS

Eles abriram o show com Ô Mané. Quem acompanha os shows da banda manezinha está acostumado a apresentações dançantes e eletrizantes. A versão acústica do Daza é para apreciar sentado, com minúcia, para perceber bem as letras e harmonia dos instrumentos.

Chico Martins, Fernando Sulzbacher e o baterista J. C Basañez homenagearam os antecessores ao interpretarem com sensibilidade a canção Roteiro das Águas, de 1985

– É uma noite de incentivo à música catarinense – salientou Chico Martins.

O show terminou quase às 23h, com as duas bandas juntas interpretando os maiores sucessos: Vagabundo Confesso, do Dazaranha, e Certos Amigos, do Expresso.

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Na plateia, famílias com fãs dos dois grupos, cada um em sua época. Pais e filhos juntos, tios e sobrinhos, todos fãs da música da terra. Um show histórico, que merece ter bis e ser levado para outras cidades de Santa Catarina.

Agenda-se

O quê: Acústico Dazaranha & Expresso

Quando: sábado (5) e domingo (6), às 20h. OS INGRESSOS ESTÃO ESGOTADOS.

Onde: Teatro Ademir Rosa, no CIC (Av. Irineu Bornhausen, 560, Agronômica, Florianópolis)

Quanto: R$ 50 / R$ 25 (meia), à venda na bilheteria do teatro