Duas noites de emoção em alta voltagem. Teatro lotado. Ingressos esgotados durante a semana. Em meio ao feriadão com parada gay, festa à fantasia em Jurerê e função funk no beach club mais famoso da ilha, os catarinenses tiveram a sua balada particular. O Acústico Dazaranha e Expresso, que abarrotou o Teatro do CIC nas noites de sábado e domingo, foi daqueles momentos sublimes, a guardar na memória para sempre.
Continua depois da publicidade
Vídeo: público acompanha o Expresso em Certos Amigos
“Uma noite para celebrar a música catarinense” é o clichê mais comum sobre o encontro. O mundo digital nos permite uma convergência de culturas, que é bem legal. Mas tem a sua porção aniquilante. De onde você é? Sobre o quê você canta? As influências se multiplicam e pasteurizam a chance de uma diversidade que alimente o original. Muitas bandas gaguejam para responder. As verdadeiras, essas dedilham a resposta ao estilo papo reto. O Daza e o Expresso estão neste seleto grupo e, assim, não há clichê mais adequado.
O Expresso abriu as apresentações nos levando a uma noite fria, a céu aberto e estrelado, na altitude da Serra. As letras, a viola, a gaita, o silêncio respeitoso do público, ávido por Daniel Lucena e cia: cada detalhe transportava o espectador ao clima serrano. O casal de cinquenta e poucos anos ao meu lado não aguentou. Levantou e cantou junto, observado pelos filhos, adolescentes maduros que curtiam o Expresso enquanto esperavam pelo Daza. Teve lágrimas em Certos Amigos, em Roteiro das Águas… Teve coro em Nas Manhãs do Sul do Mundo.
Continua depois da publicidade
Uma hora depois, o Expresso agradecia ao Dazaranha por “levantar a bola deles” e colocar a pilha necessária para aquele show. Gazu veio ao palco com a raça toda. E contou que um amigo disse no camarim que aquele era o projeto da Serra ao Mar, da araucária ao garapuvu, da gralha azul à gaivota, do Expresso ao Dazaranha. .
Confira imagens dos shows da fotógrafa Maria Victória:
O Daza mandou três hits um atrás do outro. Era hora de os pais acompanharem os filhos. Era clima de mar. Um menininho, de não mais do que cinco anos, ganhou de presente subir ao palco e cumprimentar cada um dos músicos. Chico Martins e Fernando foram aplaudidos de pé na versão marinada para Roteiro das Águas.
O Expresso voltou para que as “duas maiores bandas de Santa Catarina” (outro clichê adequada da noite) cantassem juntos com o público – agora já de pé – Vagabundo Confesso e Certos Amigos, completando duas horas e quarenta e cinco minutos de apresentação.
Continua depois da publicidade
As bandas não esconderam o desejo de levar o projeto a todos os teatros de Santa Catarina. Na semana anterior ao show, compartilhamos no Facebook do Diário Catarinense um vídeo de ensaio do show. Até eu terminar este texto, tinha 1.074 compartilhamentos e 92 comentários. A mensagem de Rafael Rosso resumiu a sensação de todos: “Espero que este encontro se torne uma turnê pelo estado! “. #serramar tem que pegar.