Diretor da Polícia Civil na Grande Florianópolis, Verdi Furnaletto diz nesta entrevista à reportagem do Diário Catarinense que facções criminosas estão promovendo uma guerra de acerto de contas na comunidade do Siri, nos Ingleses, em Florianópolis. Alerta ainda para o fato de que o cidadão deve usar o serviço telefônico do 181 para fazer denúncias anônimas.
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O que muda nas investigações de homicídios que envolvem disputas entre grupos rivais?
O caso (das mortes na comunidade do Siri) está bem posto, está bem esclarecido. Existe um acerto de contas. Matam alguém de um grupo, outro vai lá e mata alguém do outro grupo. Infelizmente, acaba gerando uma grande estatística de homicídios. Antigamente, esse acerto de contas era com uma briga. Hoje, acabam matando. A grande questão é solucionar o caso, prender as pessoas para coibir a continuidade desses homicídios.
Se as facções estão presentes, o trabalho de investigação tem de ser permanente.
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É um trabalho permanente de todos os setores da Polícia Civil. A Delegacia de Homicídios, em específico, com a missão de identificar os autores e prendê-los. E, no âmbito da Deic, na Delegacia de Repressão ao Crimes Organizado, de dar uma resposta às facções criminosas, grupos criminosos.
Fala-se em lei do silêncio, dificuldade de colher informações com as comunidades. Como reverter isso?
Nós temos alguns canais, denúncia anônima, 181. O cidadão pode ligar. Existem outros mecanismos legais, como testemunhas protegidas. É um meio de se tomar um depoimento sem que aconteça a exposição da testemunha.
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Até que ponto os fatos registrados dentro dos presídios podem impactar aqui fora? Há relação entre os casos?
Algumas informações da nossa inteligência são reservadas. Então, a gente deixa de omitir opinião a respeito de determinados assuntos para, inclusive, não atrapalhar. As informações estão circulando nessa gestão da informação.
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