O advogado Celso Vilardi, que representa dois executivos da empreiteira Camargo Corrêa presos na Operação Lava-Jato, disse que eles ficarão em silêncio nos depoimentos previstos para esta quarta-feira, na Polícia Federal.
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Segundo ele, Dalton Avancini, diretor-presidente, e João Ricardo Auler, presidente do Conselho de Administração, estão dispostos a colaborar com as investigações, desde que tenham acesso aos depoimentos de delação premiada em que são acusados por outros investigados de pagar propina para obter contratos com a Petrobras.
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Vilardi ressaltou que a prisão preventiva dos dois investigados foi decretada na terça-feira sem nenhum elemento novo na investigação e de forma antecipada.
– Os meus clientes colaborarão com as investigações após a defesa ter ciência de todos os termos, é o mínimo que se exige do Estado Democrático de Direito – disse.
A mesma estratégia já havia sido adotada por executivos da OAS, que optaram pelo silêncio em depoimento na última segunda-feira. Diante das perguntas dos delegados que investigam a existência de um cartel e desvio de recursos na Petrobras, se calaram. A legação dos defensores foi a mesma:
– Somente vamos fazer qualquer manifestação quando tivermos acesso ao conteúdo integral do processo – afirmou Juliano Breda, um dos advogados que atua na defesa da empresa.
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O depoimento de Fernando Soares, conhecido como Fernando Baiano, que estava previsto para ocorrer nesta terça-feira, foi transferido pela PF para a próxima sexta-feira. Ele estava foragido desde a última sexta-feira, quando as prisões foram decretadas.
Em depoimentos de delação premiada, Baiano foi citado pelo doleiro Alberto Youssef como o arrecadador de propina do suposto esquema para o PMDB. O partido nega as acusações e destaca que Soares não tem ligações com a legenda. A PF confirma que ainda não concluiu se ele atuou, de fato, como lobista. Os depoimentos ocorrem na Superintendência da PF, em Curitiba.
*Agência Brasil