O Jornal A Notícia publica nesta sexta-feira a segunda reportagem da série Teste AN nas ruas, que tem o objetivo de mostrar as condições estruturais e de tráfego da via, ouvir moradores e motoristas, além de buscar melhorias junto ao poder público para solucionar eventuais problemas.
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Depois do raio X feito há duas semanas na Albano Schmidt, rua que corta o bairro Boa Vista, na zona Leste, o AN faz, nesta edição, um diagnóstico da Benjamin Constant, via que passa por três bairros da zona Norte. Com cerca de quatro quilômetros de extensão, a rua é de mão dupla e tem ligação direta com a BR-101, no km 37, no início do bairro Costa e Silva.
A rua também atravessa outros dois bairros importantes da cidade: Glória e América. Juntos, eles têm uma população superior a 54 mil pessoas. Diferentemente das reivindicações feitas por moradores e motoristas que trafegam pela Albano Schmidt, as melhorias na sinalização asfáltica ficam em segundo plano na rua Benjamin Constant.
O principal problema levantado no local é o baixo número de lombadas eletrônicas, físicas e faixas de segurança, além da inexistência de semáforos.
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Poucos controladores de tráfego
O excesso de velocidade provoca reclamações da comunidade porque há poucos controladores de tráfego e de velocidade. Segundo pedestres e alguns motoristas ouvidos por ¿AN¿, os veículos não respeitam o limite máximo de tráfego, que é de 60 km/h. A situação é relatada pela comerciante Alessandra Pereira da Costa, que usa diariamente a rua.
Conforme ela, motos potentes e também veículos passam em alta velocidade, principalmente à noite, aumentando o risco de acidentes.
– Nos finais de semana é pior. Motos e carros fazem verdadeiras corridas à noite e não se tem lombadas eletrônicas para fiscalizar. Essa é uma situação bem complicada, principalmente para quem tem criança em casa. Tenho um filho de 12 anos e isso é muito perigoso – conta.
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A opinião de Alessandra é compartilhada por outros pedestres ouvidos por ¿AN¿ e que preferiram não se identificar. Um deles, que faz entregas de um lado ao outro da rua com uma bicicleta, afirma que parte dos motoristas não respeita os limites de velocidade. A situação, somada à falta de sinalização e de controladores de velocidade, segundo ele, faz com que, mesmo na faixa, os motoristas parem apenas quando o pneu da bicicleta já está dentro da pista.
Outro morador, um empresário que atua há mais de duas décadas na região, confirma o problema e pede a colocação de uma a duas lombadas eletrônicas novas ao longo do percurso. Com o entra e sai de caminhões da empresa, muitas vezes carregados, os veículos que passam em alta velocidade aumentam o risco de acidente.
– Boas providências devem ser tomadas porque, como os motoristas trafegam em alta velocidade e carretas entram e saem do pátio todos os dias, isso aumenta o perigo de acidentes. Além de não ter lombadas suficientes, o pessoal não respeita. Já pensei até em colocar, por conta própria, um sinal de alerta para que os caminhões possam entrar e sair (da empresa) em segurança – ressalta o morador.
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Apenas um radar eletrônico em 4 km
Com base nos relatos dos moradores, ¿AN¿ verificou que há apenas um radar eletrônico no local com limite de 60 km/h, o que possibilita que, em horários de menor movimento, os veículos trafeguem em velocidades superiores. Nas proximidades do Centro de Educação Infantil (CEI) Kindergarten, por exemplo, há ainda outra placa que indica velocidade máxima de 30 km/h.
Do início da rua, nas proximidades do acesso à BR-101, percorrendo aproximadamente um quilômetro adiante, existe apenas uma lombada física no trajeto e nenhuma faixa de segurança. No percurso restante, há sete faixas de pedestres, somente uma delas desgasta, e outras duas no trevo de acesso à avenida Marquês de Olinda. Também não há nenhum semáforo no caminho.
De acordo com o Departamento de Trânsito (Detrans) de Joinville, não há previsão de instalação de redutores de velocidade (radares e lombadas) na Benjamin Constant. Com relação à falta de sinal de trânsito, o órgão analisa tecnicamente a possibilidade de instalar um semáforo nas esquinas entre a Benjamin Constant e a rua Presidente Campos Salles, mas ainda sem previsão.
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Sinalização e pintura se destacam na rua
A sinalização e a pintura asfáltica da Benjamin Constant são superiores às encontradas, na semana passada, na Albano Schmidt, em que mais de um terço das faixas de segurança apresenta falhas na pintura. Das nove faixas de pedestres da Benjamin Constant, apenas uma está com a pintura levemente apagada, na altura da rua Albano Kohlbach.
A pintura das ciclofaixas também está em bom estado na maior parte dos quatro quilômetros da via.No trecho que compreende o bairro América, a pintura foi revitalizada. Em alguns pontos do Costa e Silva, principalmente no trecho inicial da rua, há desgaste tanto dos estacionamentos, quanto das ciclofaixas.
Assim como explicado com relação ao desgaste na sinalização asfáltica na Albano Schmidt, o Departamento de Trânsito informa que vem realizando o levantamento das ruas que precisam de reforço na sinalização viária, o que pode contemplar a rua Benjamin Constant. Uma licitação está em andamento para a contratação da empresa que vai executar as obras.
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Horários de pico provocam congestionamentos
Se por um lado a alta velocidade preocupa, por outro, os horários de pico testam a paciência dos motoristas. Conforme Alessandra Pereira da Costa, um trajeto de pouco mais de um quilômetro, feito em cerca de cinco minutos, leva quase 20 minutos para ser feito no início da manhã ou no final da tarde, a partir das 17h30.
O trecho mais complicado é o da entrada da Marquês de Olinda, no sentido do América. Conforme a Prefeitura, o congestionamento ocorre em horários pontuais, de maior demanda de movimento. Para driblar a situação, o Detrans sugere aos motoristas que utilizem caminhos alternativos, em vias no entorno.
As vias alternativas podem servir de rotas para desafogar o tráfego.
As demandas de pedestres e ciclistas
O estudante Lucas Thomaz, morador do bairro Costa e Silva, transita pela Benjamin Constant a pé ou de bicicleta. Para ele, um dos problemas que causam maior incômodo aos pedestres são as más condições das calçadas. Já os ciclistas enfrentam obstáculos menores – há ciclofaixa em quase toda a extensão, mas alguns trechos estão com pintura apagada.
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A situação é verificada, principalmente, nas adjacências da rua Professor Beno Harger. Segundo o aposentado Nivaldo Stockhausen, em determinados pontos da Benjamin Constant, os pedestres precisam dividir espaço com as bicicletas ou andar perto da rua, pois não há calçadas. Ele aponta ainda problemas nas condições asfálticas, ¿cheias de remendos¿.
– Não só aqui (Benjamin Constant), mas na cidade toda a pavimentação está relaxada. O asfalto está cheio de remendos e buracos, a situação está muito feia. Há ainda trechos sem calçadas para a passagem de pedestres e bocas de lobo com falta de manutenção – opina.
O ¿AN¿ presenciou um desses problemas no entroncamento da Benjamin Constant com a Professor Beno Harger. Parte da calçada (sentido ao Centro) é interrompida por um matagal. Para continuar o trajeto, o pedestre precisa atravessar a rua em um local onde não há faixa de pedestres ou se manter próximo ao canteiro até o reinício da calçada.
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Já o asfalto não apresenta buracos aparentes, mas há operações tapa-buracos. Segundo a Prefeitura, a manutenção das calçadas é responsabilidade dos proprietários dos lotes. Informa ainda que os moradores podem denunciar a situação na Ouvidoria, por meio do número 156, ou pelo site www.joinville.sc.gov.br.
Com a denúncia oficializada, ela é encaminhada ao setor de fiscalização da Secretaria do Meio Ambiente.
RAIO X
Limite de velocidade
Entre 30 km/h e 60 km/h.
Radar
Há apenas um radar eletrônico, com limite de 60 km/h.
Sinalização
Em determinados trechos da via, em especial nos do bairro Costa e Silva, existem problemas de desgaste na sinalização asfáltica. A situação ocorre principalmente no início da rua, nas proximidades da BR-101, e engloba tanto a pintura da ciclofaixa e estacionamento, quanto as divisórias da pista.
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Principal pedido dos moradores
O principal pedido da comunidade é para que a falta de lombadas eletrônicas no local seja resolvida. Os moradores dizem que, com a situação, muitos veículos passam em alta velocidade pela via, gerando perigo aos pedestres, principalmente à noite. Há apenas um radar eletrônico e uma lombada física no local. Há também poucas faixas de pedestres e não existem semáforos.
Faixas de pedestre
Existem sete faixas de segurança nos cerca de quatro quilômetros de extensão da rua, além de outras duas faixas no trevo que liga a Benjamin Constant com a rua Guilherme e avenida Marquês de Olinda. No geral, elas estão em boas condições e apenas uma das faixas tem desgaste na pintura.
Estacionamento
Há estacionamento para veículos na maior parte da rua. Em alguns trechos, o desgaste da sinalização asfáltica dificulta distinguir o estacionamento e a pista de rolamento.
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Infraestrutura para ciclistas
Existem ciclofaixas em quase toda a extensão da via, desde o bairro Costa e Silva até a praça da Benjamin Constant, no bairro América. Parte do corredor ciclístico está com pintura nova e, em outros trechos, há desgaste da sinalização.
Faixa exclusiva de ônibus
Não há corredor exclusivo para ônibus na rua.
Iluminação pública
Em toda a extensão da rua, as lâmpadas funcionam perfeitamente. Não há pontos de escuridão.
Horários de pico
Os principais horários de pico são às 7h, às 11h40 e às 17h30, nas proximidades do trevo que liga a Benjamin Constant à avenida Marquês de Olinda.
Buracos
Não foram encontrados buracos ao longo dos quatro quilômetros de trajeto. Os moradores, no entanto, reclamam de remendos malfeitos e desníveis provocados pelas ações de tapa-buracos.
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