O motorista Jackson Rodrigo Batista Porto, 25 anos, que trafegou por cinco quilômetros na contramão da BR-101, em Joinville, e se envolveu em um acidente em que três pessoas morreram e outras três ficaram gravemente feridas, estava com álcool no sangue.

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O exame de dosagem alcoólica feito pelo Instituto Geral de Perícias (IGP) de Florianópolis, feito com base na amostra coletada do corpo do jovem, apontou 24,37 decigramas de álcool por litro de sangue. A colisão frontal ocorreu na madrugada de 9 de março, no km 27,2, próximo ao trevo do distrito de Pirabeiraba, na zona Norte do município.

– Estes dados são altos, mas não posso afirmar que ele estava embriagado. Teria que ver a quantidade de massa corpórea dele para comparar. Mas, normalmente, essa quantidade é alta – afirmou o delegado Abel Montovani, responsável pelo inquérito que investiga o acidente, na manhã desta quarta-feira.

O Conselho Nacional de Trânsito (Contran) já considera crime quando o exame de alcoolemia apresenta resultado igual ou superior a seis decigramas de álcool por litro de sangue.

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Segundo a literatura de medicina legal, a pessoa que ingere entre 18 e 30 decigramas de álcool apresenta, em média, sintomas como desorientação, confusão mental e adormecimento. Além de poder sofrer comprometimento da visão, da mobilidade e da coordenação motora.

– Em virtude da alta concentração de álcool, provavelmente, ele estava com a capacidade psicomotora alterada, o que fez com que ele não percebesse o sentido da rodovia – explica o delegado.

Com o laudo anexado ao inquérito, o próximo passo da investigação é tomar o depoimento dos três sobreviventes e de alguma testemunha eventual que surgir, informa Abel. Não há prazo para a conclusão da investigação, devido ao baixo efetivo de policiais na delegacia e a grande demanda de inquéritos.

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– Como os dois condutores faleceram, o Código Penal impõe a inibição de punibilidade, o promotor não poderá deflagrar denúncia contra um morto – esclarece o delegado.

Não foi encontrado álcool no sangue de Tamiris Knaut Porciúncula, 24 anos, que dirigia o Pálio.

Relembre o caso:

Na madrugada de 9 de março, cinco jovens que haviam frequentado um baile em Curitiba (PR) retornavam em um Pálio para Itajaí, no litoral Norte, quando o carro foi atingido de frente por um Cobalt, por volta das 5 horas.

No Pálio estavam a motorista Tamiris Knaut Porciúncula, 24 anos, e Jean Carlos de Souza, 20 anos, que morreram na hora. Além de Sandro Luiz Barth, 30 anos, Claudia Huller, 23 anos, e Fiama de Bittencourt da Silva, 21 anos, que foram levados às pressas para o Hospital Municipal São José, em Joinville.

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No Cobalt havia apenas Jackson. Ele morava em Garuva e, segundo o pai, Idacir Batista Porto, viajava em direção a Major Vieira, no Planalto Norte, onde iria buscar a mulher e a filha, que haviam ido passar o fim de semana com a família dela.

Flagrantes

O A Notícia teve acesso a dois vídeos repassados pela Polícia Rodoviária Federal (PRF), que mostram o Cobalt dirigido por Jackson Rodrigo Batista Porto, 25 anos, trafegando pela contramão da BR-101 no trecho entre o trevo da Univille e o de Pirabeiraba.

Nos flagrantes é possível ver o carro de Jackson usando a pista sentido Curitiba-Joinville, na contramão, no lado esquerdo. Ele passa por um carro que, aparentemente, lhe dá sinal de luz, como forma de alertá-lo de que ele estava no sentido errado.

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