Quatro pessoas envolvidas nas investigações da Operação Lava Jato disseram ao jornal Folha de S. Paulo que o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa apontou a Odebrecht como responsável pelo pagamento de US$ 23 milhões (R$ 57 milhões) que ele recebeu na Suíça entre 2010 e 2011. Costa era diretor de abastecimento da estatal e responsável pela obra mais cara, a refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco – orçamento de R$ 45 bilhões.

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A Odebrecht, em consórcio com a OAS – acusada de ter usado subsidiária na África para enviar US$ 4,8 milhões a uma conta do doleiro Alberto Youssef, preso desde março – , ganhou um contrato de R$ 1,48 bilhão, em valores de 2010, das obras de Pernambuco.

Youssef e o ex-diretor da Petrobras são acusados de integrar uma quadrilha que desviava recursos públicos, pagava suborno a políticos e lavava dinheiro. A empreiteira Odebrecht negou à Folha de S. Paulo qualquer pagamento para Costa.

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Uma auditoria do Tribunal de Contas da União (TCE) revelou que as empresas Camargo Corrêa, OAS e Odebrecht superfaturaram contratos na obra de Abreu e Lima em quase R$ 370 milhões. Costa citou a Odebrecht após acordo de delação premiada, feito com o Ministério Público Federal (MPF) em agosto.

Em nota à Folha de S. Paulo, a “Odebrecht nega veementemente ter feito qualquer pagamento ou depósito em suposta conta de qualquer diretor ou ex-diretor da Petrobras. A Odebrecht mantém, há décadas, contratos de prestação de serviços com a Petrobras, todos conquistados de acordo com a lei de licitações públicas”.