A Operação Ouvidos Moucos, que investiga irregularidades na UFSC, é coordenada na Polícia Federal pela delegada Érika Marena, ex-integrante da força-tarefa da Operação Lava-Jato em Curitiba (PR). Ela chegou em Florianópolis no final de 2016 para comandar a área de combate à corrupção e desvios de recursos públicos.
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Érika deixou a robusta equipe montada em Curitiba acostumada aos holofotes nacionais com a repercussão das fases da Operação e às prisões de envolvidos em crimes do colarinho branco, para chefiar a discreta e tímida estrutura da delegacia de combate à corrupção e lavagem de dinheiro da PF na Capital catarinense. Oficialmente, a mudança seria por promoção na carreira. Para o presidente da Associação Nacional dos Delegados da PF (ADPF), Carlos Eduardo Sobral, a remoção para uma unidade menor causou estranheza aos delegados federais e evidentemente não se tratou de uma promoção.
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Paranaense de Apucarana, 41 anos, a delegada Érika foi eleita em uma votação nacional informal da ADPF como a preferida para chefiar a PF como diretora da instituição. O nome dela é defendido pela associação para o cargo de diretor da PF em uma eventual substituição ao atual diretor, Leandro Daiello.
A delegada Érika Marena:
Na PF desde 2003, deu o nome à Lava-Jato devido ao uso de uma rede de postos de combustíveis e lava a jato de automóveis, em Brasília, para movimentar recursos ilícitos pertencentes a uma das organizações criminosas inicialmente investigadas.
Atuou também na delegacia de crimes financeiros de São Paulo e coordenou a força-tarefa CC5 (Caso Banestado) em Curitiba, em que chefiou o grupo de repressão a crimes financeiros.
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Professora da academia nacional de polícia da PF da disciplina de lavagem de dinheiro.
No filme sobre a Lava Jato, lançado em julho, “Polícia Federal – A lei é para todos”, Érika é interpretada pela atriz Flávia Alessandra.
A operação
Cerca de 100 policiais federais cumprem mandados judiciais expedidos pela 1ª Vara da Justiça Federal em SC, sendo 16 mandados de busca e apreensão, sete mandados de prisão temporária e cinco mandados de condução coercitiva, além do afastamento de sete pessoas das funções públicas que exercem.
A assessoria de gabinete disse que uma reunião do colegiado na manhã desta quinta-feira vai definir os próximos passos. Cancellier estava fora do país até ontem (quarta-feira). O assessor dele Áureo Moraes informou que “todos estão surpresos”. O diretor de segurança institucional da universidade acompanhou o cumprimento dos mandados no campus.
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Os mandados estão sendo cumpridos em Florianópolis, Itapema e Brasília. As investigações começaram a partir de suspeitas de desvio no uso de recursos públicos em cursos de Educação à Distância oferecidos pelo programa Universidade Aberta do Brasil (UAB). Os repasses totalizam cerca de R$ 80 milhões.