– Deixei clara a minha verdade. Que pode ser a verdade para muita gente.

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Foi dessa forma que o ex-chefe da Força Nacional de Segurança Adilson Moreira resumiu o episódio do polêmico e-mail pelo qual ele pediu demissão do governo federal, em março.

No texto, enviado a seis subordinados e que vazou para a imprensa, ele alegava estar vivendo um “conflito ético” por trabalhar num “governo que é comandando por um grupo sem escrúpulos, incluindo aí a presidente da República”.

Depois de sair do governo federal, Moreira está passando os dias entre Joinville, onde mora sua família, e Barra Velha. Nesta semana, ele conversou com a reportagem de “A Notícia” e explicou, pela primeira vez, o que o motivou a pedir demissão e a escrever o e-mail. Moreira disse estar disposto a responder a um processo administrativo-disciplinar por causa do episódio.

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Afirmou também ter escrito o e-mail para seis de seus subordinados, numa tentativa de explicar por que estava saindo do governo federal a tão pouco tempo dos Jogos Olímpicos.

A Força Nacional de Segurança Pública é o órgão que está responsável por todo o esquema de segurança dos Jogos do Rio de Janeiro. A quatro meses do começo da competição, a saída de Moreira do cargo é considerada preocupante. Ele foi a quarta pessoa a ocupar o cargo em menos de dois anos.

A Força Nacional está subordinada ao Ministério da Justiça, que considerou “graves” as declarações feitas pelo coronel. Ele deve responder a um inquérito administrativo por “gesto de deslealdade administrativa”. O caso também será levado à Comissão de Ética Pública da Presidência da República, já que ele mencionou diretamente a presidente Dilma Rousseff.

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– Eu quero responder ao processo. Nele, tudo vai ficar claro. Expressei a minha opinião, a minha verdade. Não queria que isso fosse público, mas aconteceu e eu quero poder esclarecer tudo – ressaltou.

Segundo Moreira, ele não presenciou, nem testemunhou nenhum ato de corrupção na Força Nacional, mas disse que é muito difícil trabalhar tecnicamente dentro do atual sistema de governo.

– Certamente não haverá qualquer problema de segurança nos Jogos Olímpicos porque todos os órgãos de segurança estão trabalhando muito afinados – afirmou.

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A expectativa é de que cerca de 10 mil homens sejam enviados ao Rio de Janeiro para auxiliar as forças de segurança do Estado, entre elas, a Polícia Militar fluminense e as corporações do Exército, Marinha, Aeronáutica e Polícia Federal.

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Plano é voltar a dar aulas

Como é oficial da reserva da Polícia Militar de Santa Catarina, Adilson Moreira deve permanecer em Joinville. Aos 51 anos, ele quer retomar as aulas nas escolas de formação de soldados e nas pós-graduações pela região. Adilson deve acompanhar os Jogos Olímpicos do Rio pela televisão, de Joinville e de Barra Velha.

– Não me arrependo de nada do que fiz. E vou acompanhar ainda mais de perto os fatos políticos – destaca.

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