Um relatório preliminar da inteligência americana apontou nesta sexta-feira que o míssil que atingiu o avião no leste da Ucrânia na quinta-feira muito provavelmente foi lançado por rebeldes separatistas pró-Rússia, segundo um oficial ouvido pela CNN.
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A análise conclui que o míssil veio do sistema Buk, conhecido pela Otan como SA-11. Anteriormente, a inteligência americana já havia dito que o avião foi destruído por míssil do sistema SA, russo, segundo dados de vigilância que mostravam a trajetória do míssil, mas não sua origem.
– Enquanto ainda não temos todos os fatos, o que sabemos é que o incidente aconteceu no contexto de crise na Ucrânia, que é alimentada pelo apoio da Rússia aos separatistas, incluindo através de armas, material e treinamento – disse a Casa Branca na quinta-feira.
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As tropas russas, ao longo da fronteira com a Ucrânia, têm sistemas similares ao Buk, segundo um oficial do Pentágono.
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, acusou o governo da Ucrânia pela instabilidade na região. Nesta semana, os separatistas derrubaram pelo menos três aviões militares ucranianos na região.
O Boeing-777 da Malaysia Airlines caiu na região de Donetsk, controlada pelos separatistas, com 298 pessoas a bordo. Rússia e Ucrânia se acusam pela responsabilidade da tragédia.
O serviço de inteligência da Ucrânia interceptou uma conversa entre separatistas no momento em que o avião foi derrubado. Os separatistas confirmam terem derrubado um avião e, em outra ligação, avisam terem encontrado destroços de um avião civil.
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Veja fotos do local do acidente com o Boeing:
Suspeitas
Andrei Purgin, vice-premiê da República de Donetsk, não reconhecida por Kiev, disse que não foram os rebeldes que derrubaram o avião. Segundo ele, os separatistas têm capacidade para derrubar aviões a até 4 mil metros de altura. O Boeing-777 voava a 10 mil metros.
Purgin, por sua vez, levantou a possibilidade de que as próprias forças ucranianas sejam responsáveis, o que Kiev negou.
Anteriormente, o Ministério da Defesa ucraniano negou que o Exército tenha utilizado alguma vez sistemas de defesa antiaérea no curso da operação antiterrorista lançada pelas autoridades em Kiev para recuperar o controle das regiões rebeldes pró-russas.
O ministro das Relações Exteriores russo, Sergei Lavrov, também negou o envolvimento de seu país.
O Ministério da Defesa russo informou ainda que o sistema de mísseis ucraniano estava ativo no dia da queda do avião.
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– Os meios de detecção eletrônicos russos registraram no dia 17 de julho uma atividade na estação de radar Kupol, que trabalha em conexão com os sistemas de mísseis Buk-M1 – afirmou o ministério, citado pelas agências russas, acrescentando que a estação de radar fica perto do local da tragédia.
O procurador-geral da Ucrânia, Vitali Yarema, confirmou nesta sexta-feira que os separatistas pró-russos não se apoderaram de seus sistemas de defesa antiaérea Buk que supostamente poderiam ter sido utilizados ontem para derrubar o avião.
– Depois que o avião foi derrubado, os militares informaram ao presidente que os terroristas não dispõem de nossos sistemas Buk e S300. Não se apoderaram dessas armas”, assegurou Yarema ao jornal eletrônico “Ukrainskaya Pravda”.
O presidente ucraniano Petro Poroshenko chamou a ação de “ato terrorista” e disse ainda que “a Rússia é responsável pelo que está acontecendo na Ucrânia”, se referindo à crise no país.
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Veja no mapa o local do acidente
*AFP