Na Esplanada desde 2007, o ministro do Trabalho, Carlos Lupi, rebateu neste sábado as denúncias publicadas na revista Veja que revelaram um suposto esquema de cobrança de propina na pasta. Segundo a reportagem, assessores do ministro cobrariam entre 5% e 15% dos valores de contratos com ONGs para liberar os repasses.
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>> Diários de Brasília: Lupi quer que PF investigue denúncias
Por telefone, Lupi afirmou ao Grupo RBS que as acusações fazem parte de uma onda de denuncismo contra o governo federal. Mesmo rechaçando as suspeitas, ele afirma que irá pedir que a Polícia Federal apure as denúncias.
A seguir, a síntese da entrevista:
Zero Hora – Há um esquema de cobrança de propina dentro do Ministério do Trabalho?
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Carlos Lupi – Não participo de esquemas e ninguém que trabalha comigo tem autorização para fazer isso. Temos de verificar se essas suspeitas são reais, porque há muita briga política. Há muita gente que gostaria de ocupar o meu lugar e pode estar inventando coisas. Pelo que eu soube por meio da revista, não há fatos concretos. É muito leviano a cada semana alguém denunciar sem provas.
ZH – Segundo a revista, parlamentares do PDT teriam levado as denúncias para o Planalto. O senhor foi procurado pelo governo?
Lupi – Isso não é verdade. Para mim, isso é apenas intriga. No entanto, essa denúncia tem de ser investigada com profundidade. Agora, quem vai querer saber quem é quem neste processo sou eu.
ZH – O senhor se considera vítima de uma conspiração política?
Lupi – Não. Isso faz parte da guerra quando estamos em uma função pública. Como ninguém tem condições de falar do governo, na medida em que o país está bem, a oposição vem promovendo uma onda de denuncismo. Por outro lado, considero as denúncias graves e vou pedir a abertura de uma sindicância para apurá-las. Também vou solicitar que a Polícia Federal investigue o caso para sabermos se ocorreram essas irregularidades e descobrirmos quem as cometeu. Tão importante como descobrir os corruptos é identificar os corruptores.
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ZH – O senhor pretende afastar os servidores suspeitos?
Lupi – Não sou leviano e não sou um tribunal de inquisição. Dos dois nomes citados pela revista, um deixou o ministério para reassumir seu mandato de deputado federal e o outro é funcionário de quarto escalão. Vou solicitar que ele peça afastamento do cargo até o final das investigações para que possamos ter uma liberdade maior.
ZH – Se ficar comprovado que assessores do seu gabinete cobraram propina de entidades, o senhor colocaria seu cargo à disposição da presidente Dilma?
Lupi – Meu cargo é da presidente, não é preciso eu colocá-lo à disposição. No entanto, até o momento não existe fato algum. É apenas a denúncia de alguém escondido atrás do anonimato. Quero que se investigue a fundo essa denúncia.
ZH – É possível que tenha ocorrido fogo amigo de dentro do PDT?
Lupi – Na política, quando estamos em uma posição de destaque, sempre nos tornamos alvos. Mas eu não temo nada.
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