Um suposto esquema de extorsão estaria em operação no Ministério do Trabalho e seria de conhecimento do Palácio do Planalto. A denúncia foi publicada pela revista Veja deste final de semana. Assessores do ministro Carlos Lupi, todos ligados ao PDT, cobrariam propina para liberar pagamentos a ONGs suspeitas de irregularidades, segundo a reportagem.

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Desde o final do ano passado, o Ministério do Trabalho suspende repasses de dinheiro para ONGs quando há sinais de irregularidades. No entanto, quando dirigentes das organizações buscam resolver essas pendências, segundo a revista, ouvem de assessores do ministério que há dois caminhos possíveis: deixar o caso com a Controladoria-Geral da União (e correr o risco de ficar definitivamente sem os recursos) ou pagar propina. A principal acusação teria partido do Instituto Êpa, organização do Rio Grande do Norte.

A “planilha de extorsão do PDT” varia de 5% a 15% do valor do contrato, diz a Veja, que cita entre os participantes do esquema o deputado federal Weverton Rocha (PDT-MA), ex-assessor especial do ministro Lupi, Anderson Alexandre dos Santos, coordenador-geral de qualificação, e Marcelo Panella, demitido em agosto após ocupar a função de chefe de gabinete de Lupi por quatro anos. Segundo a revista, o Palácio do Planalto monitora o caso, levado ao gabinete de Dilma por deputados federais do próprio PDT.

O deputado Rocha confirmou à revista que uma de suas funções era receber representantes de ONGs, mas negou a exigência de propina.

– Essas acusações têm o objetivo de prejudicar o ministro – disse.

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Panella, outro citado, afirmou à revista que jamais participou de qualquer prática ilegal e que só saiu do governo porque não se adaptou a Brasília e queria voltar para o Rio de Janeiro.