Uma assembleia de três horas na tarde desta quinta-feira, no auditório da Reitoria da UFSC, resultou em uma lista de exigências que será repassada à administração universitária como condicionantes à desocupação do prédio. A discussão reuniu mais de 150 estudantes participantes e favoráveis à ocupação. Com a lista em mãos, um grupo se reunirá com a reitora Roselane Neckel ainda nesta quinta-feira para discutir os tópicos levantados na assembleia.

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Entre os pontos de pauta cobrados pelos estudantes estão um posicionamento efetivo da reitora contra a presença da polícia no campus; um prazo de dois meses para a elaboração de um projeto de iluminação na universidade; a garantia de não-criminalização dos envolvidos; abertura imediata de um edital para a contratação de mais seguranças para UFSC; e o envio de um relatório para os ministérios da Educação e da Justiça sobre abusos cometidos pela polícia dentro do campus (algo já prometido pela própria reitora durante uma audiência pública na quarta-feira).

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Uma outra relação, com tópicos que emitam um posicionamento político dos integrantes, também foi elaborada e deve ser divulgada em breve. Tópicos como a desmilitarização da polícia, punição aos agentes envolvidos no confronto e a regulamentação da maconha foram amplamente discutidos, com opiniões favoráveis e contrárias. O ponto central da pauta, entretanto, continua sendo a polícia dentro do espaço da universidade.

– Se uma pessoa chegar aqui na frente e nos perguntar se somos a favor disso ou daquilo, não sabemos responder. Precisamos de uma unidade – falou uma estudante durante a assembleia.

Como os integrantes da ocupação propõem uma gestão “horizontal” – sem porta-vozes definidos -, nenhum deles está se pronunciando em nome do movimento. Por isso, grupos com tarefas mais específicas (comunicação, segurança, convivência interna) foram formados para discutir e providenciar as pautas com mais agilidade.

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Qualquer um pode acompanhar o que as comissões estão discutindo. Durante a assembleia desta quinta, houve uma pequena confusão quando um dos participantes mencionou que seria necessário um “líder” para uma destas comissões. Houve resistência e a a discussão não prosseguiu.

Regras de convivência

No terceiro dia de ocupação, problemas de convivência dentro do prédio de Reitoria levaram os estudantes a discutir com mais firmeza algumas regras de convivência. Fumar cigarros dentro do local, por exemplo, está terminantemente proibido; maconha, nem dentro nem na frente da Reitoria para não ligar o movimento à droga e impedir represálias posteriores por parte da polícia ou da UFSC. Um debate sobre o barulho após as 1h30min foi levantado, mas não se chegou a um consenso e seria discutido por uma das comissões à noite.

Nos debates, há também uma grande discussão sobre racismo, homofobia e machismo entre os próprios estudantes acampados. Durante a audiência pública de quarta-feira, um deles teria chamado uma estudante de “vabagunda”, o que levou à expulsão do mesmo. Outro rapaz foi acusado de ser machista por defender que um colega agredido por uma servidora da UFSC revidasse o golpe.

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