A reitoria da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Roselane Neckel, afirmou na tarde desta quarta-feira que existem provas de que a polícia não está autorizada a entrar no campus sem o aval dela. A afirmação foi dada publicamente às centenas de alunos que participam da audiência pública que ocorre desde as 16h no auditório do Centro de Cultura e Eventos (CCE).

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– A polícia não está autorizada para entrar no campus sem o meu aval. E tenho provas disso, gravações – afirmou aos alunos.

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No entando, a reportagem teve acesso ao documento da Polícia Federal em que a administração da instituição permite investigação sobre tráfico de drogas no campus.

A reitora foi a segunda pessoa a falar no evento. Contou que, no momento da confusão do dia anterior, entrou em contato com os assessores do ministro da Justiça, José Eduardo Cardoso, para que intervisse na ação e pedisse que não fosse usada a força, em decorrência da presença de alunos no momento do ato. Segundo Roselane, o delegado Paulo César Barcelos Cassiano Junior teria sido alertado, mas não atendeu as solicitações.

Veja fotos do dia, da ocupação da Reitoria da UFSC pelos estudantes:

A reitora Roselane Neckel começou o pronunciamento falando que o fato a fez recordar de uma situação semelhante ocorrida em 2005, quando a professora do curso de psicologia, Maria Juracy Filgueiras Toneli, então diretora do Centro de Filosofia e Ciências Humanas (CFH), foi indiciada pela Polícia Federal por apologia e aliciamento às drogas, em uma ação “de igual truculência”.

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– Lembrei imediatamente desta cena. Eu era vice-diretora do CFH e da própria Juracy – disse.

Na manhã desta quarta, ela pediu ao ministro da Educação e a secretários do MEC um apoio institucional para professores e alunos agredidos. A nota de repúdio divulgada pela UFSC nesta quarta deve ser transformada em um documento que será entregue aos ministérios da Educação e da Justiça.

– A partir de agora, todas as denúncias de excesso da polícia vão ser encaminhadas diretamente a Brasília – alertou.

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