Foi nas aulas de filosofia que as turmas do ensino médio da Escola De Educação Básica Dom Pio de Freitas, começaram a compreender sobre violência à mulher. “Não hesite, apite!” chegou às salas de Joinville no mês de abril e nesta sexta-feira, às 9 horas, na Praça Tiradentes, no bairro Floresta, os estudantes promovem um apitaço.

Continua depois da publicidade

Em sala, a professora de filosofia da escola levou aos alunos informações sobre leis, políticas públicas, dados oficiais sobre a agressão e autores com abordagem sobre o tema.

Leia as últimas notícias de Joinville e região

O apito é um instrumento de ordem, tem alta sonoridade e pode ser utilizado para denúncia e proteção. A ideia é que as mulheres o carreguem na bolsa e, ao serem intimidadas com qualquer tipo de violência, utilizem para chamar a atenção. A escola recebeu mil apitos da Associação das Advogadas, Estagiárias e Acadêmicas de Direito (Asas), de São Paulo.

– A partir de uma análise dos dados de assédio sexual em Joinville, trabalhamos dois meses em sala de aula sobre a fragilidade da segurança feminina em uma sociedade onde a mulher ainda é tratada como objeto de consumo – conta Janete Barth, professora de filosofia.

Continua depois da publicidade

O objetivo da atividade é despertar o respeito e a tolerância nos jovens.

– Temos de aprimorar a sensibilidade e fazer perceberem a dimensão de uma cultura do estupro – defende.

Grupo realiza ato contra a cultura do estupro em Joinville

A conscientização iniciada em sala culmina com a manifestação em praça pública. Quem é da comunidade e defende a causa, pode participar.

– Com esse trabalho junto aos nossos alunos, nós disseminamos a importância deles estarem cientes quão responsáveis são pela construção de uma sociedade mais equilibrada – avalia Giuvana Wenk dos Santos, diretora escolar.

“Não hesite, apite!” teve início no ano de 2014, em São Paulo. A iniciativa é da Associação das Advogadas, Estagiárias e Acadêmicas de Direito (Asas) e da Casa Isabel – um centro de apoio à mulher, à criança e às adolescentes vítimas de violência. Em Joinville, a professora de filosofia da Escola De Educação Básica Dom Pio de Freitas fez o contato com a entidade e teve a autorização de estendê-lo para a sala de aula. Como incentivo e contribuição receberam os apitos e material de divulgação.

Continua depois da publicidade

O número de ocorrências de violência contra a mulher em Joinville chegou a 12,2 casos por dia durante o ano de 2015. Os números são da Gerência de Estatística e Análise Criminal (GEAC/DINI) da Secretaria de Segurança Pública (SSP) do Estado.