Após deixar o bar que frequentava na Via Gastronômica, no Centro de Joinville, em uma madrugada no início do ano, uma mulher foi convidada por um homem a se juntar ao grupo dele e ir até outro estabelecimento, situado na rua Getúlio Vargas, também na região central. Na saída do local, ela foi convencida a esticar o programa e parar em uma lanchonete.

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No deslocamento, dentro do táxi com o recém-conhecido, que sentou-se no banco da frente, o homem avisa a mulher que precisa passar em casa antes para pegar mais dinheiro. Ao chegar ao endereço da rua Guilhon, no bairro Guanabara, ele paga rapidamente o taxista e o dispensa.

Confusa pela situação, a mulher o questiona pela mudança de planos, mas o homem a convence que não há nada demais em entrar na casa, pois só vai pegar a carteira e chamar outro táxi. Dentro do imóvel, a mulher o vê fechando a porta de entrada com cadeado e indo para o quarto. Assustada, ela vai para a cozinha, mas o homem a chama e, quando entra no quarto, a manda tirar a roupa.

Esse é o relato da vítima de estupro que procurou a Delegacia da Mulher de Joinville, um dia e meio após a prisão de Leandro Emílio da Silva Soares, 26 anos, suspeito de ter assassinado a estudante Mara Tayana Decker, 19, na madrugada do dia 1º de maio.

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Para o delegado da Divisão de Homicídios de Joinville, Paulo Reis, Leandro pode ter usado a mesma abordagem com para atrair a estudante e levá-la até a casa dele.

– A forma que ele usou para levar Mara pode ter sido a mesma – disse Reis.

A hipótese ganhou força porque um colega de trabalho do segurança em uma casa de pôquer da Via Gastronômica, contou em depoimento à polícia que ele esteve com Leandro no bar em que a vítima estava e que, na saída, enquanto entregava a mochila que havia ficado no seu carro para o amigo, Mara saiu do estabelecimento e se aproximou dos dois para perguntar aonde poderia pegar um táxi ali perto.

O colega de trabalho de Leandro mencionou o ponto que existe na rua Henrique Meyer, lateral da Visconde de Taunay e, enquanto deixava o local de carro, por volta das 3 horas de quinta-feira, 1º de maio, contou ao delegado que Leandro e Mara saíram caminhando lado a lado em direção ao local.

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O vigilante de um prédio comercial da mesma rua confirmou em depoimento que viu Mara e Leandro no ponto de táxi. Conforme Reis, a testemunha contou que eles permaneceram conversando no local por cerca de dez minutos, com Mara sentada e Leandro em pé.

Ele também disse que viu Leandro utilizando o celular, provavelmente para chamar um táxi, já que no período que permaneceram no ponto nenhum carro chegou. Em seguida, saíram caminhando pela rua Henrique Meyer, quando apareceu um táxi e Leandro fez sinal para ele parar. Um dia e meio depois, na tarde de sábado, 3 de maio, Mara foi encontrada morta na casa do suspeito.

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Confira as imagens do circuito interno do estabelecimento: