Assim como nas casas dos colecionadores e ferreomodelistas joinvilenses, a história que percorre a passagens dos trens e das litorinas pela maior cidade catarinense ganha vida na Estação da Memória – que completa neste mês 112 anos – desde que se avistou a primeira locomotiva na Estação Ferroviária de Joinville.

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Recordando o momento que, na época, em 1906, demonstrava um novo rumo econômico e de integração para Joinville, Carlos Ficker, na obra História de Joinville, remontou a célebre data de 29 de julho de 1906, na Estação, inaugurada dias depois, em 8 de agosto.

“Às 5h20min, debaixo de vivo entusiasmo popular, o primeiro comboio entrou na estação. Em Joinville, pois, pela primeira vez ecoou o silvo estridente da locomotiva, como um mensageiro de felicidade que traz aos seus habitantes um porvir risonho na senda do progresso” — A cidade enfim avistava no seu horizonte o primeiro trem vindo na linha férrea que ligava São Francisco do Sul a Joinville.

Uma conquista histórica, agora relembrada por meio de murais e itens preservados desde o século 20 na Estação Ferroviária da cidade, tombada como patrimônio arquitetônico brasileiro há 10 anos.

Conheça a história sobre os trilhos em Joinville:

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(Fonte: Arquivo Histórico)

1906 – É inaugurada a Estação Ferroviária de Joinville, servindo como elo de ligação e transporte entre Joinville e São Francisco do Sul

1910 – Colocação de trilhos na Rua do Príncipe, para passagem do bonde puxado a burros

1911 – A empresa Ferro-carril Joinvilense começa a transportar passageiros entre a Estação Ferroviária e o Centro da cidade, nos bondes puxados a burro, guiados sobre trilhos

1917 – A linha férrea é ampliada até Porto União da Vitória, contemplando também Corupá (desde 1910) e Três Barras (1913)

Década de 1970 – As locomotivas passam a ser abastecidas a diesel, ganhando maior agilidade e eficiência

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1985 – O trem misto parou de circular e foi substituído pelo uso de litorinas. Depois disso, somente alguns trens a vapor turísticos percorrem a linha, em especial, na região de Rio Negrinho

1991 – A última litorina diária passa pelo trecho entre Corupá e São Francisco do Sul

1996 – As privatizações das ferrovias permitiram a concessão da linha para o transporte de cargas. No mesmo ano o prédio que abrigava a Estação de Joinville é tombado pelo Governo de Santa Catarina

2000 – O imóvel da Rua Leite Ribeiro é adquirido pelo Município de Joinville

2008 – A Estação Ferroviária de Joinville é tombada como Patrimônio Nacional e é reaberta como “Estação da Memória”.

2018 – O trecho de linha férrea entre Mafra e São Francisco do Sul continua operando a movimentação de cargueiros, rumo ao Porto. Já a “Maria Fumaça” sediada em Rio Negrinho é usada para o turismo. A locomotiva a vapor, construída em 1950 no Estados Unidos, foi reformada e possui 10 vagões com capacidade para 400 passageiros.

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