“Esta dor eu conheço. Nem tudo o tempo cura, nem toda lacuna é preenchida. Sou o primogênito de quatro irmãos, três rapazes e uma menina. No dia 12 de agosto do ano da desgraça de 2003, uma semana depois de completar 49 anos, Luiz Antônio, o irmão que veio depois de mim, se foi. Ele, o mais dedicado à nossa mãe, o mais carinhoso, o que se preocupava mais com o bem estar de todos, como se fosse o patriarca da família, o que de certa forma era.
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A dor é imensa porque dói em todos, e a dor de todos nos soterra, nos maltrata. Como levar a má notícia à nossa mãe? Como consolar se nem para nós tínhamos consolo?
O tempo dá algum alívio apenas pela distância do fato, mas não cura. Não há cura para a ausência, nem para saudade, que é suavizada, no caso, apenas pela presença de seus dois filhos, Diego e Isadora, sobrinhos tão queridos.
Luiz Antônio morreu em acidente automobilístico na BR-470, a rodovia duplicada apenas nas eternas promessas eleitorais.”
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Nesta sexta-feira o número de pessoas mortas no trecho do Vale do Itajaí na BR-470 ultrapassou as 1,5 mil, contadas desde 2000. Para que além do número, as vítimas da BR-470 sejam lembradas pelas histórias, o Jornal de Santa Catarina lança um mural para relembrar cada uma das pessoas que tiveram as vidas interrompidas na rodovia. Conheça a ferramenta e envie a sua história para o Santa: