Após amanhecer protegido por uma lona, o esqueleto pré-histórico encontrado no bairro Rio Tavares, em Florianópolis, está sendo removido pela equipe de arqueologia nesta quinta-feira. O excesso de água foi retirado pela manhã e a expectativa é que o trabalho seja concluído ao longo do dia, já que a ossada exige cuidados especiais para preservar a sua estrutura.
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O arqueólogo Osvaldo Paulino da Silva, responsável por coordenar a pesquisa, afirma que a remoção deve ser realizada ainda nesta quinta para evitar a ação de vândalos ou curiosos enquanto a equipe não estiver no local. Pela manhã, vários moradores e estudantes acompanhavam o trabalho, permanecendo atrás da área de segurança definida pela equipe.
Em seguida, o esqueleto deve ser encaminhado para o museu de arqueologia e etnologia da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), onde será analisado por uma especialista em bioarqueologia. O processo deve durar cerca de seis meses porque diversos materiais encontrados nas escavações serão examinados.
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O esqueleto irá permanecer na reserva técnica da UFSC, sendo embalado e conservado para eventuais análises futuras e eventos de exposição. A universidade, inclusive, deve ser a responsável por guardar a descoberta arqueológica, conforme Osvaldo Paulino da Silva. Ele destaca a importância do esqueleto estar à disposição da comunidade acadêmica.
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— O esqueleto permite inúmeras análises. Pode-se analisar os dentes para tentar identificar questões de ancestralidade. Pode-se realizar análise de DNA. Enfim, há uma série de possibilidades que devem aumentar ainda mais com a evolução da tecnologia — destaca o arqueólogo.
Amostra será datada após análise nos Estados Unidos
Uma amostra do esqueleto deve ser enviada para os Estados Unidos apenas após os seis meses de análise em Santa Catarina. Como a descoberta arqueológica não pode ser retirada do Brasil, será criado um protocolo junto ao Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) para enviar uma peça, escolhida pela especialista da UFSC, para determinar a idade do esqueleto.
Osvaldo Paulino da Silva explica que o procedimento é padrão, já que os Estados Unidos têm um dos melhores laboratórios para datação radiocarbônica. A amostra deve ser guardada com cuidado em uma embalagem especial junto com outros elementos arqueológicos, como carvões de fogueiras. O relatório de datação deve ser emitido cerca de 15 a 20 dias após o envio da peça.
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